Depois da vitória por 1-0 na primeira mão da eliminatória, a tarefa não se adivinhava nada fácil para o Sporting na visita a Manchester. Os leões fizeram, no entanto, uma das melhores exibições da época em pleno Ethiad, deixando por terra um clube que começou a época com um orçamento de 400 milhões de euros, contra os 40 milhões do clube de Alvalade.
A equipa do City entrou arrogante e displiscente, deixando no ar a ideia de que os jogadores estavam convencidos de que, com maior ou menor esforço, o golo que empatava a eliminatória acabaria por acontecer. Sem nunca imprimir grande velocidade, os citizens tinham mais bola, mas nunca assustaram verdadeiramente Rui Patrício no primeiro tempo. O Sporting aproveitou a entrada de mansinho da equipa do City para não se limitar a combater os milionários com rigor defensivo, conseguindo fazer uma gestão tranquila do jogo e explanar a qualidade técnica dos seus jogadores da frente.
Xandão, aos 8′ e na sequência de um pontapé de canto, fez o primeiro aviso aos ingleses com um cabeceamento que passou muito perto do poste direito. Mas foi Matías Fernandez, que realizou uma grande primeira parte, a provocar a primeira explosão de alegria nos adeptos leoninos que, durante 90 minutos, se fizeram ouvir no Etihad. Falta de Balotelli (que esteve ontem particularmente conflituoso) sobre Insúa, Matigol ajeita a bola no local e, com um remate espetacular, bate o surpreendido Joe Hart.
Seria de esperar uma reação bem mais incisiva da equipa do Manchester City, que precisava agora de três golos para empatar a eliminatória. Pelo contrário, o Sporting seguiu com a sua fantástica exibição, com Matías e Izmailov em plano de destaque. E foi mesmo o russo a assistir Van Wolfswinkel para o segundo golo da equipa leonina: jogada pela direita e um passe perfeito para o holandês, que só teve de encostar para a baliza deserta.
O Sporting, a ganhar por 3-0 no total da eliminatória e com vantagem pelos golos marcados fora, obrigava agora o City a marcar quatro golos no segundo tempo. Com este cenário, dificilmente os leões imaginariam um final de jogo tão sofrido, e ainda menos quando o mesmo resultado se verificava quando estavam quase cumpridos quinze minutos no segundo tempo. No entanto, precisamente aos 60′ surgiu o golo de Kun Aguero que, isolado por Yaya Touré, bateu Patrício pela primeira vez e dava esperanças aos adeptos ingleses de virar a eliminatória.
O City continuava a pressionar, mas o Sporting foi demonstrando um grande rigor defensivo e concentração, tendo apenas sido traído por um penalty cometido por Renato Neto sobre Aguero. Balotelli, aos 75′, converteu o castigo máximo com o sangue-frio do costume e, agora, a passagem aos quartos-de-final começava a ficar mais tremida para o conjunto português. E ainda mais ficou quando o inevitável Aguero, aos 82′ e após um pontapé de canto de Kolarov, surgiu sozinho na área leonina e confirmou a reviravolta no marcador, colocando o City a um golo dos quartos-de-final da prova.
Até final, muito sofrimento. Demasiado sofrimento para uma equipa que já tinha a eliminatória na mão e que se mostrou superior ao líder da Premier League durante a maior parte dos 180 minutos da eliminatória. Balotelli, aos 88′, responde de cabeça a um cruzamento perfeito de Kolarov, mas a bola passa a rasar o poste esquerdo.
No último lance da partida, o guarda-redes Joe Hart subiu para a área leonina e, depois de Xandão ter cortado a bola, surgiu De Jong a fazer um balão para a área que o guarda-redes inglês desvia de cabeça para a baliza. Rui Patrício, com uma defesa fantástica e plena de reflexos, salvou o Sporting e permitiu que a equipa leonina assegurasse, com justiça, a passagem à próxima eliminatória, deixando pelo caminho aquele que era, porventura, o favorito a ganhar a competição.
Nos restantes jogos desta jornada da Liga Europa, destaque para a eliminação do Manchester United perante o Athletic de Bilbao, que voltou a vencer, agora por 2-1. Com a queda dos grandes de Manchester, sobra apenas o Chelsea como representante da Premier League nas competições europeias.
