O JUP, o Jornal Universitário do Porto, celebra este ano o seu 25.º aniversário. O projeto nasceu em 1987, quando foi formado o Núcleo de Jornalismo Académico do Porto (NJAP), com o objetivo de criar um jornal pelos alunos da Universidade do Porto. Um grupo de estudantes, com o apoio da reitoria, avançou com a proposta e nasceu o JUP.

Jorge Pedro Sousa, jornalista e professor da Universidade Fernando Pessoa, foi o primeiro diretor do jornal. Na altura estudante do curso de Biologia, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, dirigiu a primeira equipa do JUP, formada por cerca de 20 pessoas, entre os quais Francisco Jaime Quesado e Diogo Vasconcelos. O gosto pelo jornalismo já era antigo, mas foi com a experiência no JUP que Jorge Pedro decidiu tirar a licenciatura em Comunicação Social na Escola Superior de Jornalismo do Porto.

Durante os cerca de sete anos que esteve no jornal universitário, Jorge Pedro recorda excelentes momentos passados na redação da rua Miguel Bombarda. “Foram momentos irrepetíveis, mesmo com algum prejuízo nos estudos. Podia não ter grandes notas, mas acho que tive outro tipo de experiências muito importantes para me enriquecer e criar uma rede de amizades que ainda hoje mantenho”, confessa o docente universitário.

As coberturas da Queima das Fitas e das receções ao caloiro foram algum dos momentos que Jorge Pedro Sousa elege como dos mais marcantes durante a sua passagem no JUP. “Foi uma oportunidade para os estudantes da academia do Porto serem os protagonistas e para produzirem conteúdos sobre os temas que mais lhes interessavam”, recorda o ex-diretor.

“Foi uma primeira abordagem a como funcionavam as coisas”

Paulo Pimenta, fotógrafo do jornal “Público”, também foi um dos colaboradores do JUP quando estudava Fotografia na Escola Superior Artística do Porto. “Era uma maneira de ir a concertos e a outros eventos sem ter que pagar, além de poder participar num jornal”, afirma o fotógrafo que fez o acompanhamento fotográfico de vários festivais, manifestações e Queimas das Fitas.

Para Paulo Pimenta, o JUP funcionou como uma rampa de lançamento para a sua carreira, ainda numa era analógica em que era necessário comprar rolos e revelar as fotografias. “Foi uma primeira abordagem a como funcionavam as coisas”, confirma.

Além de todos os bons momentos que passou a colaborar com o JUP, Paulo Pimenta destaca também o trabalho conjunto com Jorge Pedro Sousa, com quem aprendeu muito sobre a atividade jornalística. “Era uma pessoa super metódica e disciplinada com aquilo que queria, o que facilitava o meu trabalho”, assevera o fotógrafo.

Antigos colaboradores satisfeitos com a evolução do JUP

Passados 25 anos, Jorge Pedro Sousa considera que o JUP está um produto melhor. “Está mais sólido, consistente, e mais apelativo”, considera. Paulo Pimenta também continua a ler o JUP e aplaude o facto da fotografia continuar a ser bem tratada. “O jornal continua agradável e com uma boa imagem, apesar de na altura do Jorge Pedro Sousa haver uma separação sobre quem fazia o texto e quem tratava da imagem. Hoje já não funciona assim”, lamenta.

Os cortes nos apoios ao jornal, assim como o estado de degradação da sede, levantam novos desafios ao JUP para os anos vindouros. Jorge Pedro Sousa deixa uma sugestão: “É importante que o JUP, através dos conhecimentos de professores de Economia, Engenharia e Gestão, chegue a empresas de publicidade que ajudem a pagar o jornal”, aconselha o ex-diretor que, na altura, recebia 800 contos (2500 euros) da reitoria da Universidade do Porto. Esse valor pagava, apenas a impressão de quatro números.