Ditado o tema desta 30.ª edição do Portugal Fashion – “Cross” -, foram vários os criadores que rumaram até à capital, dentro dos quais os mais esperados pela plateia, Felipe Oliveira Baptista e Alves/Gonçalves, que expuseram as suas principais tendências da moda para o próximo inverno 2012/2013.

Como já é habitual, também a plataforma Bloom esteve presente e marcou a diferença em Lisboa. Estelita Mendonça, Andreia Lexim, Daniela Barros e Hugo Costa, todos jovens criadores, com objetivos vincados de progredir no mundo da moda.

Neste segundo dia, o evento regressou ao edifício oitocentista de Miragaia, onde pôde contar com quatro figuras bastante conhecidas do público português. Meam by Ricardo Preto, Júlio Torcato, Storytailors e Luís Buchinho Knitwear. Todos com propostas diferentes, arrojadas e que marcam a moda em Portugal.

Mean by Ricardo Preto

A primavera ainda agora chegou, mas no mundo da moda já se antecipa o próximo inverno. Nesta 30.ª edição do Portugal Fashion, coube ao designer Ricardo Preto a honra de inaugurar a passarela portuense. Com padrões arrojados, elementos éticos e um toque vintage, esta coleção convida-nos a viajar pelas paisagens longínquas e exóticas que enriquecem o nosso imaginário. Das civilizações perdidas das montanhas sul-americanas às cidades do velho Oeste, elementos como as malhas, os pelos, e as fazendas prometem aquecer os dias mais frios da próxima estação.

Júlio Torcato

E como a moda não se escreve só no feminino, este primeiro dia de propostas na Alfândega dedicou uma coleção muito especial ao público masculino. Alberto Caeiro foi o grande mote de Júlio Torcato, que teve ainda como inspiração todo o movimento futurista português.

Numa cativante variação de tons de azul, verde e cinza, Torcato pinta a natureza que Caeiro tanto venerava, sem cair em clichés. Os tradicionais fatos de três botões e de trespasse são reinventados com aplicações em pele e as malhas surgem tingidas de modo a evocar as folhas caídas no outono.

Estas são, sem dúvida, propostas para os “guardadores de rebanhos” dos nossos dias, que pretendem atacar o inverno com conforto, estilo e o equilíbrio perfeito entre clássico e moderno.

Storytailors

A dupla Storytailors vem sendo já uma das mais aguardadas pelo público portuense e mais uma vez não desiludiu. Tendo por base a adaptação de um velho conto alentejano, João Branco e Luís Sanchez contam-nos a história de uma mulher que, com a sua criatividade e capacidade de sonhar, sobrevive a uma sociedade repressiva e uniformizada, onde a diferença não tem espaço.

Os vestidos-casaco, peça chave da colecção, assumem-se portanto como armaduras urbanas, para mulheres fortes e sem medo de ir à luta, mas que nunca perdem o romantismo ou a feminilidade que tanto caracterizam o universo Storytailors. Os laços, as organzas e os corpetes não deixam de estar presentes, desta feita reinventados e acompanhados de muitos fechos, que transformar versatilidade na palavra-chave no combate aos dias frios.

Luís Buchinho Knitwear

E para terminar a noite em grande, Luís Buchinho apresentou a sua linha Knitwear – que como o próprio explica, não é uma linha secundária, mas é antes uma das muitas visões do criador para o próximo inverno. Estação essa que promete ser muito portuguesa, ou não fosse “A Calçada Portuguesa” o grande tema. A mistura de lãs pesadas e sedas delicadas em diferentes tons de azul, cria uma visão mais jovem, citadina e atual da tradicional calçada, numa coleção marcada pelo conforto sport-chic. Ao JPN, o criador falou daquilo que o inspira e de que forma as suas diferentes linhas e coleções se unem para dar diferentes vidas ao seu ideal, estação após estação.

Para o terceiro dia de desfiles, na passarela principal vão estar presentes Fernando Lopes e Hugo Veiga, Diogo Miranda, Luis Buchinho, Teresa Martins e, ainda, Miguel Vieira.

É ainda de destacar a abertura do Espaço Bloom, com jovens criadores como Autopsy by Jordann Santos, Cláudia Garrido, Teresa Abrunhosa, Daniela Barros e Hugo Costa.