Camilo Castelo Branco foi um dos autores mais prolíferos e marcantes da literatura portuguesa contemporânea. A história conta que a sua vida foi muito atribulada – entre novelas amorosas e tertúlias com Almeida Garrett e Alexandre Herculano – e que era dela que retirava inspiração para os seus romances.

“Mulheres de Camilo”, patente no Centro Português de Fotografia (CPF) até 24 de junho, dá especial atenção a Ana Augusta Plácido, a segunda mulher do autor. Esta história de amor foi, na altura, bastante polémica e envolveu até a prisão dos dois (Plácido era casada quando fugiu com Camilo). Ironicamente, o casal esteve preso na Cadeia da Relação do Porto, atual CPF.

“Ao longo do percurso da exposição, o visitante vai poder saber que mulher é que é e que relação teve com o escritor”, explica, Dinora Rodrigues, do CPF.

Maria de Lourdes Ferraz, em “Mulheres de Camilo: exposição”, refere que esta é uma homenagem às mulheres de Camilo, mas em especial a Ana Plácido, pois esta foi não só “a mulher cuja presença fez, em grande medida, que Camilo fosse como foi, nem sequer talvez por ter também ela escrito o que escreveu, mas é uma homenagem à Mulher como Camilo a mitificou, uma homenagem ao escritor pela capacidade que teve em fazer viver na sua ficção as mulheres, nos seus múltiplos e infindos comportamentos e sentimentos.”

Além desta, surgem ainda mais 8 mulheres: Jacinta Rosa do Espírito Santo Ferreira, mãe do escritor (que foi registado como filho de mãe incógnita, por esta ser de classe baixa), Joaquina Pereira de França, a sua primeira mulher, Patrícia Emília de Barros, Maria Felicidade de Couto Browne (poetisa da Porto), Fanny Owen, Clara Belloni, Adelia Dabedeille e Princesa Rattazzi (uma figura carismática da alta sociedade do Porto).