O diretor do museu de Serralves, João Fernandes, foi condecorado como Cavaleiro das Artes e das Letras na biblioteca do museu pelo embaixador de França em Portugal, Pascal Teixeira da Silva. Esta distinção foi decidida há cerca de seis meses pelo ministro da Cultura francês, Frédéric Mittterrand

A condecoração foi uma forma de reconhecimento pela contribuição de João Fernandes “na difusão cultural” e das “belas-artes” francesas, afirmou o embaixador francês em Portugal.

Apelidando João Fernandes de “defensor incansável da cultura em toda a sua diversidade” e, ainda, de “barqueiro” que estabelece a “ligação entre o mundo da arte e o mundo social”, Pascal Teixeira da Silva elogiou a capacidade do diretor do museu de Serralves “de construir projetos” baseados não só na “exigência e qualidade”, como também no “estilo e amizade”. Estas foram qualidades que o levaram a estabelecer relações com inúmeras instituições, “muitas delas francesas”, afirma.

Pascal Teixeira da Silva destacou, também, a partilha de “uma longa história de amizade” e uma “cumplicidade sem falhas” entre João Fernandes e a França. O embaixador francês relembrou, ainda, que esta foi a semana em que se comemorou a Semana da Francofonia, pelo que “não podia haver melhor momento” para prestar homenagem a um “militante da arte contemporânea” e “amigo da França”.

Ao ser condecorado, João Fernandes começou por homenagear a França. Disse o diretor que, desde criança, tinha aprendido que “quem se interessasse por arte”, acabaria por perceber que “havia sempre uma França” dentro de si, criada no “imaginário”. Por isso, o diretor do museu de Serralves afirmou que, quando teve ocasião de “pensar, escrever, trabalhar e convidar artistas” para trabalhar consigo, “muito dessa França imaginária” fez parte de si. Assim, ao longo dos anos foi cooperando com a cultura e arte francesas, uma vez que “por trás do imaginário, há sempre uma realidade a construir”, afirmou.

Em Serralves desde 1996 e diretor do museu há oito anos, João Fernandes agradeceu à instituição e às pessoas que, consigo, “constroem este projeto todos os dias”. O diretor acrescentou que “sempre” acreditou que “as instituições e o trabalho” que se faz nelas são “um caminho para a construção e expressão da vida de homens e mulheres livres”. Por isso mesmo, diz João Fernandes, escolheu “estar em Serralves”.

Depois do verão, João Fernandes vai deixar Serralves para se tornar subdiretor do Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia, em Madrid.