O debate relativo à aprovação do regulamento que pretende “controlar” a zona da “movida” no centro do Porto suscitou uma intensa discussão, esta terça-feira, entre o vereador do Urbanismo, Gonçalo Gonçalves, e o vereador da CDU, Pedro Carvalho.

A Câmara Municipal do Porto (CMP) decidiu, para disciplinar a vida noturna no centro histórico, obrigar os bares a encerrar às 02h00, uma medida que não convence o vereador da CDU, Pedro Carvalho. O comunista entende que os bares deveriam fechar mais cedo e não acredita que estes respeitem os horários estabelecidos, defendendo a fiscalização. O vereador social-democrata refutou os argumentos de Pedro Carvalho, focando-se no facto dos bares terem de fechar obrigatoriamente às duas da madrugada. Isto porque os sistemas de som dos diferentes bares vão estar ligados a um limitador de potência sonora que “desligará automaticamente a música nos bares às duas da manhã”.

Assim sendo, os bares só poderão estar abertos até às duas e, aos fins-de-semana, até às 04h00, mediante pedido prévio e depois de consultadas diversas entidades. Todavia, Pedro Carvalho chama a atenção para o facto dos bares com parte dançante não estarem abrangidos por este regulamento. “Estes podem estar abertos, sem qualquer entrave, até às quatro da manhã”, contrapõe o vereador. O comunista vaticina também que, caso a movida no centro histórico não seja regulada, acabe com um índice demasiado alto de concentração de estabelecimentos, como é o caso da Ribeira ou da Zona Industrial.

A solução encontrada pelo grupo de trabalho que se encarregou deste tema parece não ter encontrado uma receção muito feliz por parte, tanto do presidente da junta de Vitória, António Oliveira, como do presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP), António Fonseca. O primeiro, em declarações ao Jornal de Notícias, já se mostrara descrente quanto a um fim que agradasse aos habitantes da freguesia. Já o presidente da ABZHP, em declarações ao JPN, diz ser “lamentável” não terem adiado a decisão por uma semana, porque a associação ia promover um fórum para debater esta problemática.

Não é só o ruído que incomoda os habitantes da zona da movida. A sujidade deixada após cada noite é um tema recorrente e que os vereadores da CMP procuram ver resolvido. Uma das medidas propostas e salientadas pelo vereador do PS, Correia Fernandes, consiste na proibição da venda ambulante de bebidas. Com esta medida, pretende-se combater o lixo que resulta dos recipientes que são deixados no chão.