O projeto da Associação de Voluntariado Universitário (VO.U.) foi criado por estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar que decidiram ter uma associação que “oficializasse a intenção de contribuir para uma mudança social”, explica Ana Oliveira, presidente do grupo.

Reconhecida como instituição sem fins lucrativos desde 2008, a V.O.U. desenvolve projetos de ação social com a colaboração de estudantes da Universidade do Porto (UP) mas de forma independente e autónoma da reitoria e de outros organismos da universidade.

Com alunos de várias faculdades e cursos, Ana acredita “que é através da complementaridade destas diferente formações e competências que será possível criar projetos mais inovadores e criativos”.

A associação organiza os projetos em três planos de ação fundamentais: o Plano VIDA, de educação para a Saúde; o Plano PONTE, de acompanhamento Social e o Plano MUNDO – de auxílio Internacional.

Com projetos como o VO.U. Socorrer ou o VO.U. Acompanhar, a associação divide-se entre várias áreas de intervenção e trabalha com alguns centros paroquiais, albergues noturnos do Porto e lares, entre outras instituições e organismos. “As nossas atividades até podem ser simples numa primeira análise, mas a verdade é que lançam um desafio às autoridades dessa área para criarem novas soluções para essa população”, explica Ana Oliveira.

Voluntariado sem compromissos

Quem quiser colaborar com a V.O.U. basta ter um computador com ligação à Internet. O banco de voluntariado é “uma base de dados onde os estudantes interessados se inscrevem, sem compromisso, apenas com a garantia de que vão receber notificações de projetos onde se possam inscrever”, esclarece Ana Oliveira.
A iniciativa conta com 888 voluntários inscritos. “Regra geral, sempre que existe uma fase de mobilização de estudantes, preenchemos todas as vagas que as associações ou que os nosso próprios projetos exigem”, diz.

Para colaborarem, os estudantes vão ao site do banco e preenchem uma ficha onde discriminam a disponibilidade e interesses de áreas de intervenção. “Nós tentamos conciliar esses dados com os que as nossas parcerias precisam para a sustentabilidade dos seus projetos e enviamos a informação”, explica a presidente. Antes de cada “intervenção”, os jovens recebem uma formação específica para o tipo de trabalho que irão desenvolver e, no final, preenchem um inquérito de satisfação.

Para Ana Oliveira o importante é aliar as capacidades dos voluntários às especificidades de cada área de intervenção. “Tentamos dar ao voluntariado uma componente personalizada da pessoa naquela ação, ou seja, não precisamos todos de distribuir comida aos sem-abrigo se nem todos gostamos de o fazer”, afirma.

Começar na UP é apenas o primeiro passo. Para os estudantes que quiserem ter uma experiência em comunidades internacionais, o Serviço Voluntário Europeu é uma opçao.