Com o apoio de empresas nacionais e internacionais, foi desenvolvido, em Portugal, material biodegradável, a partir de fibras existentes na natureza, para a criação de outdoors publicitários que não sejam prejudiciais ao meio ambiente e ao ser humano. Quem teve a iniciativa foi a investigadora da Universidade Fernando Pessoa, Fernada Viana, em parceria com a Universidade do Minho.

Jorge Neves, professor associado do departamento de Engenharia Têxtil da UM, explica que as fibras são “à base de soja, bambu e milho”.

Não há permissão segundo a lei, para a utilização de material não ecológico em publicidade mas, na verdade, isso acontece, quer em cartazes publicitários ou propaganda política. Não só pela lei não estar a ser cumprida, mas sobretudo pelo bem estar na sociedade, esta iniciativa foi promovida e incentivada. “Sinceramente, espero que as pessoas, em particular os anunciantes, façam cumprir a lei e, com isso, contribuam para diminuir o impacto ambiental.”

Os materiais utilizados são altamente prejudiciais à saúde, visto que são detentores de elevadas propriedades tóxicas. De acordo com Jorge Neves, os custos que a ideia implica “poderão ser semelhantes” à utilização dos materiais anteriormente utilizados. Porém, Fernanda Viana garante que, “atualmente, face à situação económica que atravessamos, a tendência é optar pelo baixo custo, nem que isso acarrete graves consequências ambientais”.

Não há dados sobre em que local do país os primeiros cartazes publicitários de natureza biodegradável vão ser colocados. No entanto, antes de se avançar com a produção efetiva do material, é necessário aguardar por um parecer do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). “Apesar disso, esta situação não impede de avançar sobre o trabalho já feito”, afirma Fernanda Viana.