A indústria dos videojogos tem conseguido escapar à crise e, só em Portugal, foram criados 80 jogos entre 2010 e 2011. Mas o que é para muitos uma indústria, é para outros um hobby. O lançamento de plataformas onde o utilizador pode criar o seu jogo é uma alternativa para quem se quer aventurar no mundo dos videojogos com criações próprias.

Eduardo Barandas, fundador da Moonberry Studios, uma empresa portuense de videojogos, começou o negócio enquanto estava na faculdade. O também produtor e designer gráfico na empresa diz que escolheu esta área porque não lhe agradavam as perspetivas de emprego e que os videojogos “sempre foram uma parte importante” na sua vida.

Para Eduardo Barandas o desenvolvimento do software permite, hoje em dia, a “qualquer um, criar o seu próprio jogo” sem ter conhecimentos avançados de programação a partir de casa. Gamesalad, e Gamemaker são opções para quem quer experimentar entrar neste mundo, conta Eduardo Barandas.

Segundo o criador da Moonberry Studios, o ingrediente para um bom jogo está “na ideia e no design gráfico”. Mariana Cardoso, diretora da GameInvest, empresa portuguesa de videojogos,destaca o poder da imagem e dos gráficos, mas garante que o fator inovação também é importante.

“O primeiro passo é ter uma ideia”

A realidade de quem trabalha no desenvolvimento profissional de videojogos passa por mais do que “trabalho de casa”. Mariana Cardoso distingue quatro fases essenciais: o brainstorming, o game design, a criação artística, a programação e a fase de testes. O tempo que leva à criação de um jogo varia consoante a dimensão. Para Mariana Cardoso, um jogo pode demorar “de seis a onze meses, ou até mais” a ser construído.

Para a diretora da GameInvest os jogos têm conseguido captar a atenção das pessoas, o que, como diz, faz com que cada vez se vendam mais. Já Eduardo Barandas considera que os “videojogos estão, finalmente, a ocupar o seu lugar na sociedade, junto à literatura e cinema como uma das artes”.