O Porto já tinha autocarros turísticos de dois andares, amarelos e vermelhos. Chega agora uma frota de dez autocarros azuis descapotáveis, de apenas um piso, sobreelevado, da empresa Douro Azul. A rota tem 47 paragens e passa por locais indispensáveis como a Sé Catedral, a Estação de São Bento ou a Torre dos Clérigos, tendo uma duração de 1h45 e um total de 37km. Na rota do Blue Bus está também a Ribeira do Porto e prédios de Souto Moura. A opinião de Rui Saraiva, responsável pelo projeto da Douro Azul, é a de que esta é “a rota mais completa a ser oferecida aos turistas”.

O roteiro inclui um “circuito das francesinhas”, que marca no mapa os dez melhores sítios para se comer este prato tão típico da Invicta, “porque o Porto também tem gastronomia para oferecer”. Ao passarmos pelos pontos que fazem parte do passeio, podemos ouvir uma explicação sobre cada um deles, da autoria de Hélder Pacheco, especialista na história da cidade do Porto. Este áudio-guia vai estar disponível em 16 línguas e a organização pensa publicar os textos num livro.

Rui Saraiva afirma ao JPN que “este circuito vai permitir ‘coser’ a oferta turística e cultural, articulando as diversas ofertas que às vezes se apresentam aos turistas de uma forma dispersa, autónoma, individual”. E conta que, na viagem inaugural da festa de apresentação, muitos convidados disseram ser a primeira vez que estavam a conseguir conhecer a sua cidade.
O responsável relembra que o Porto foi considerado como “Melhor Destino Europeu 2012” e que não há “falta de mercado turístico”.

Uma viagem experimental no Blue Bus

A viagem experimental começa no cais de Gaia e logo ao início são distribuídos auscultadores
para escutar as explicações de Hélder Pacheco. Do aparelho sai uma música de Rodrigo Leão
que embala a paisagem da Ribeira do Porto, vista do lado oposto. “A nossa viagem começa
na praça da Ribeira”, diz Hélder Pacheco ao ouvido dos passageiros, funcionários da empresa que se estão a familiarizar com o percurso.

A música continua e, à medida que o autocarro percorre um Porto solarengo
através da ponte D.Luís e da marginal até chegar à marina do Freixo, desfilam fados, como os de Amália. Os passageiros vão embalados pela paisagem e pela música.

Após regressar à Ribeira, o Blue Bus segue pela rua Mouzinho da Silveira, Estação de S.Bento, praça da Batalha, rua de Santa Catarina, Trindade, avenida dos Aliados, praça Filipa de Lencastre, praça de Gomes Teixeira e Jardim da Cordoaria. O Blue Bus avança pela avenida da Boavista e avança até Matosinhos, onde dá a volta para regressar ao Porto pela marginal.

Um roteiro em construção

Rui Saraiva revelou ao JPN que estão a pensar juntar mais pontos turísticos à rota do Blue Bus nos próximos meses. O pontos em estudo são o Estádio do Dragão, pela “marca Futebol Clube do Porto, que também contribui em termos turísticos”, a zona das praias de Gaia e,também, a zona da Lapa, cuja igreja possuiu uma “torre cimeira que é possível visitar e um dos cemitérios mais característicos do Porto”. O responsável pelo projeto afirma que “pode parecer estranho” falar-se num cemitério como ponto turístico, mas que no estrangeiro há cemitérios bastante populares.

A ideia é também levar as pessoas a locais que ainda não são alvo de relevo e “contribuir para que o Porto continue a ser um destino de referência”. O responsável pelo projeto revelou ainda que há informações de uma quarta companhia de autocarros turísticos a querer dar entrada no Porto.

Já se pode viajar no novo autocarro, cujo guia áudio está para já disponível em português, inglês e castelhano. A organização conta que todas as 16 línguas estejam disponíveis nas próximas duas semanas. Uma viagem custa dez euros e o bilhete para dois dias, com a possibilidade de entrar e sair do autocarro as vezes que se quiser, custa 15 euros. Há ainda a opção de combinar a rota por terra com uma viagem de 50 minutos num barco rabelo, com o custo de 22 euros.