A 21.ª edição do evento que promete “incendiar” Portugal acontece amanhã, quarta-feira, no espaço Galerias de Paris, no Porto. O Ignite consiste numa série de oradores que apresentam, durante cinco minutos, 20 slides com 15 segundos cada um.

Ana Silva, uma das responsáveis pelo projeto, define o Ignite como um “conjunto de eventos muito informais”, que é caracterizado “pela democracia” e por ser uma forma de “dar palco a pessoas que, tradicionalmente, não teriam voz em situações mais formais”. A voluntária que faz parte da equipa considera, ainda, que se trata de “um formato já de si muito exigente para os oradores e para o público”, já que, como “as pessoas fazem apresentações muito curtas”, devem sempre estar com atenção.

O Ignite em números

Este é o quarto ano de existência e a 21.ª edição do Ignite em Portugal. Desde que o projeto arrancou já participaram mais de 300 oradores, que apresentaram mais de dois mil minutos. As apresentações têm 20 slides, com a duração de 15 segundos cada, e duram cinco minutos. A assistência já passou das cinco mil pessoas e os vídeos que estão online já tiveram mais de 340 mil visualizações.

O evento é dividido em duas partes que começam às 19h30 e às 21h00. Do programa deste ano fazem parte 16 oradores com temas como “A felicidade hoje e agora”, “Acordar para viver”, “O que não aprendi na escola” e “DREAM: Dare to be Remarkable, Entrepreneur, Ambitious and Motivated”. Ana Silva explica que qualquer pessoa pode participar no projeto, desde que o tema que proponha seja aprovado pela organização.

“Normalmente não existem temas pré-definidos” e as pessoas podem “falar de algo que gostem, de um projeto que desenvolvem ou de uma ideia que tiveram”, diz. A única exigência é o facto de não serem permitidas “apresentações comerciais”.

Em relação ao público que assiste às apresentações, a responsável insiste que gosta que seja “informal” e “o mais eclético possível”. O preço do bilhete é de cinco euros e qualquer pessoa pode assistir e “inspirar-se ou deixar-se inspirar pelas apresentações”.

Contágio “à escala global”

De acordo com Ana Silva, o objetivo do Ignite, enquanto movimento sem fins lucrativos, “nunca foi vender bilhetes para conseguir, de alguma forma, lucro”. Por isso mesmo, as receitas revertem a favor de uma “associação sem fins lucrativos”. A equipa do Ignite escolheu a “Terra dos Sonhos“, uma organização que realiza sonhos de crianças e jovens doentes, carenciados e idosos.

O Ignite apareceu em Portugal depois de “uma conversa de café de três amigos” que descobriram o conceito, originário de Seattle, nos Estados Unidos da América, em 2006. As primeiras edições do evento aconteceram em Lisboa e depois, como qualquer “movimento feito por pessoas e para pessoas”, começou a espalhar-se.

Atualmente já são muitas as cidades portuguesas que acolhem a iniciativa, como acontece com o Porto, Coimbra, Guarda, Castelo Branco, Viseu, Leiria, Aveiro, Algarve, Madeira e Braga. Ana Silva revela ainda que já tiveram “alguns pedidos de cidades” que gostariam de receber o Ignite. Para a voluntária, o que aconteceu foi um “contágio à escala global”.