O evento é apresentado às 14h30, no Palacete dos Viscondes de Balsemão, na praça Carlos Alberto, com algumas atividades para os mais novos. Depois, a partir das 16h30 é dado lugar aos recitais de poesia, ou “flashes poéticos”, nas livrarias Vieira, Lumiere, Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM), Paraíso do Livro e livraria Lello.

Em simultâneo com a poesia, vão estar a música – a guitarra de Filipe Brito far-se-á ouvir na padaria Ribeiro – e o cinema, a cargo do Cineclube do Porto, a partir das 21h30, com a projeção dos “Filmes do Bairro”. A noite chega ao fim com um recital de poesia e um concerto na Livraria Musical, na rua Cândido dos Reis, pelas 22h30h. O programa completo está disponível aqui.

Segundo Dina Silva, proprietária da livraria “Poetria”, na rua das Oliveiras, e uma das organizadoras do projeto, na base do evento estão alguns conceitos fundamentais: fomentar a leitura e a cultura no Porto, dinamizar o setor livreiro da cidade e desenvolver as vendas. Esta iniciativa pretende, portanto, aproximar os cidadãos portuenses, começando pelos mais novos, da cultura e da leitura, numa fase em que se precisa “desesperadamente de cultura“, explica Dina Silva.

Amélia Coelho, gerente da Livraria “Paraíso do Livro”, na rua José Falcão, um dos espaços dos recitais de poesia, espera que este evento traga “mais pessoas às livrarias e à baixa do Porto”.

O “Bairro dos Livros” tem, ainda, como objetivo “sair das livrarias e ir ao encontro das pessoas”, com atividades no exterior, envolvimento dos mais novos e combinação das várias artes, explica Dina Silva.

Já Antero Braga, proprietário da Livraria Lello e um dos envolvidos no projeto, explica que este evento “pode ser o princípio de uma manifestação semanal, que poderá marcar a cidade no contexto nacional e internacional”. Segundo ele, a iniciativa ganha pela inovação, uma vez que se desconhecem acontecimentos deste género nas restantes capitais europeias. “O Porto sempre foi ousado”, diz.

Desenvolvimento da ideia

A ideia surgiu há cerca de dois anos, quando alguns livreiros da zona de Cedofeita e da Praça Carlos Alberto fizeram a proposta à Câmara Municipal do Porto (CMP).

“No incio a câmara apoiava o projeto mas houve uma mudança na vereação e acabou por não se conseguir dar continuidade”, explica Dina Silva. A cultureprint, uma empresa de comunicação e imagem, contatou a organização para reatar o projeto. A partir daí “foi uma coisa muito rápida, de 15 dias”, afirma Dina Silva.

O projeto, que primordialmente estava pensado para cerca de 30 livreiros e alfarrabistas da zona de Cedofeita e praça Carlos Alberto, envolve, desta vez, todos os livreiros da cidade. Não houve, no entanto, uma adesão tão generalizada, pelo que “nesta fase não temos todos os livreiros envolvidos”, afirma Dina Silva.

A livraria Lello, espaço emblemático da cidade do Porto, explica a sua colaboração neste projeto como um esforço para o “reconhecimento total dos livreiros “companheiros de estrada” que muito têm feito para que se leia mais neste país“, afirma Antero Braga.