As conclusões do inquérito aberto pela Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) quanto aos confrontos, no Chiado, na greve de 22 de março, foram divulgadas, ontem, quarta-feira. A Polícia de Segurança Pública (PSP) revelou, em nota de imprensa, que subavaliou a potencial ameaça de um aglomerado de pessoas no início da manifestação.

Com efeito, a PSP admitiu a “necessidade de uma melhor avaliação quanto ao grau de ameaça e potencial desordem associado a um grupo de cerca de 70 cidadãos”, que integrava “indivíduos conotados com dois movimentos distintos”, na praça Duque de Saldanha.

Os confrontos na manifestação atingiram diversas pessoas, entre elas dois fotojornalistas, um dos quais ficou ferido, assim como outras duas pessoas.

Ainda assim, a PSP garante que a atuação “foi necessária para repor a ordem e tranquilidade públicas” e para evitar riscos à “integridade física dos elementos policiais e de terceiros” devido aos “comportamentos intencionais, violentos e perigosos”.

O desfile entre a a praça Duque de Saldanha e o Rossio prosseguiu porque, no entender da polícia, “mesmo sem que se cumprisse com os formalismos previstos na lei”, prevalecia o “direito de manifestação dos cidadãos”, diz a nota de imprensa.

Finalmente, o inquérito aponta “a necessidade de melhor sinalizar quem efetuava trabalho de jornalista ou fotojornalista” e defende o aperfeiçoamento da “articulação técnica e tática entre as diversas valências intervenientes” em operações policiais deste género.