Um estudo britânico realizado na Universidade de Roehampton teve como objetivo analisar os gostos das pessoas em relação a outras depois de ingeridas bebidas alcoólicas. Os 64 indíviduos que participaram no estudo foram divididos em três grupos: o primeiro grupo bebeu vodca, o segundo tomou um placebo (uma bebida não alcoólica com um sabor semelhante a vodca) e o terceiro e último grupo ingeriu sumo de laranja.
Numa primeira etapa, as pessoas tiveram que observar fotografias de vinte pares de rostos – um simétrico e outro assimétrico – e identificar qual dos dois era o mais atraente. Seguidamente, os investigadores passaram 20 representações de um único rosto que deveriam ser nomeadas de “simétrico” ou “assimétrico” pelos participantes.
De acordo com os cientistas que levaram a cabo esta investigação, Lewis Halsey, Joerg Huber, Richard Bufton e A.C. Little, a simetria facial é naturalmente considerada como algo belo e agradável. Quando o nível de álcool aumenta no organismo das pessoas, o cérebero humano altera-se e passa a crer que a maior parte dos indíviduos à sua volta possuem rostos simétricos.
Os resultados obtidos pelos investigadores revelam que os estudantes que estavam sob o efeito do álcool tinham mais dificuldade em distinguir a simetria do rosto humano. Já os participantes que não tinham ingerido a bebida alcoólica optaram claramente pelos rostos simétricos.
Através do estudo, os cientistas puderam também aferir que as mulheres afetadas pelo álcool perdem mais facilmente a capacidade de distinguir as simetrias em relação aos homens. Segundo Ana Carvalheira, psicóloga entrevistada pelo JPN, pode haver uma possível hipótese explicativa que se prende com o facto de as mulheres terem uma socialização mais repressiva. “Elas têm um sistema de defesa e de resistência e quando bebem ficam mais desinibidas. O álcool é inibidor do sistema nervoso central, mas em pequenas doses desinibe”, explica.
De acordo com a Discovery News, para o investigador Lewis Halsey, a mudança da intensidade dos efeitos de álcool de acordo com o género da pessoa foi algo inesperado. O cientista disse ainda que “os homens tendem a cobiçar mais do que as mulheres” e que tal diferença provavelmente terá algo a ver com a tendência dos homens serem visualmente mais estimulados pelo que veem.