Com o despoletar do golpe de estado levado a cabo por forças do exército guineense, muitos dos abusos sofridos na Guiné-Bissau foram tornados públicos. A dirigente da Amnistia Internacional (AI) Portugal, Ana Monteiro, denuncia o caso do jornalista e blogger Aly Silva, que foi “mal tratado” aquando da sua detenção.

Contudo, esta denúncia não é solitária, dado que, segundo Ana Monteiro, “vários membros da sociedade civil tiveram que se esconder com receio de represálias” e há “líderes de organizações não governamentais (ONG) escondidos com medo do que possa acontecer”. A AI teme, também, as consequências a longo prazo, visto que direitos como a “liberdade de expressão” não são respeitados.

Guiné-Bissau: Entroposto no tráfico de droga

A Guiné-Bissau tem maus antecedentes no que toca ao respeito pelos direitos humanos. As investigações acerca de assassinatos políticos estão paradas desde 2009 e, além disso, o país é um estado infamemente conhecido por ser um entreposto no tráfico de droga colombiano.

No que toca a missões no terreno, a AI não pode efetuá-las sem o consentimento do país em questão. Quanto à Guiné-Bissau, o golpe de estado não permitiu que fosse dada luz verde à entrada de um grupo de análise da AI. Sendo assim, as denúncias só podem ser feitas através de relatos recolhidos por cidadãos guineenses e outros que estejam no terreno.