Um estudo feito pela empresa IASIST a 28 hospitais universitários portugueses e espanhóis concluiu que o desempenho global dos estabelecimentos é positivo, apesar de serem apontados alguns problemas de organização e de funcionamento, nomeadamente nos registos médicos, na duração de internamento e na cirurgia de ambulatório. Nesta análise, é destacada a qualidade assistencial dos hospitais portugueses, que é classificada como “bastante positiva e robusta”.

O estudo foi feito com a colaboração de 22 hospitais espanhóis e seis portugueses, sendo que, da zona do Porto, fazem parte o Hospital de São João, o Centro Hospitalar do Porto (Hospital de Santo António, Hospital Maria Pia e Maternidade Júlio Dinis) e o Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho. As restantes unidades portuguesas em análise são o Centro Hospitalar Lisboa Central, o Centro Hospitalar Lisboa Norte e os Hospitais da Universidade de Coimbra.
A seleção dos estabelecimentos foi feita tendo em conta diversos fatores, como o número e tipo de serviços de internamento, o número de camas e o número de equipamentos de alta diferenciação.

O objetivo do estudo é perceber de uma forma mais objetiva e rigorosa como funcionam alguns dos maiores hospitais públicos universitários e identificar os indicadores que podem ser melhorados.

A análise conclui ainda que não há diferenças muito significativas em termos de desempenho entre os hospitais dos dois países. Compreende-se, assim, que as práticas utilizadas são similares, tal como os resultados a nível de qualidade e eficiência técnica. Contudo, são também visíveis no estudo algumas nuances de desempenho relativas aos hospitais portugueses. Na análise dos registos clínicos há uma grande variação, uma vez que o hospital que mais regista apresenta mais do dobro dos registos face ao estabelecimento que menos regista. São também assinaladas diferenças na realização de cirurgias em ambulatório, assim como nos registos do Índice de Mortalidade Ajustado pelo Risco, que globalmente são positivos, já que os níveis são inferiores ao esperado.

O estudo apresenta, igualmente, algumas recomendações no sentido de melhorar alguns dos domínios que apresentam falhas. Das sugestões faz parte a maior mobilização da classe médica para que o preenchimento dos processos clínicos seja mais exaustivo e faça, assim, um retrato mais pormenorizado dos doentes. A IASIST sugere também que os estabelecimentos reduzam os tempos mínimos de internamento hospitalar e, em casos em que seja possível, promovam a cirurgia ambulatória em vez da “prática convencional”.