O estudo, publicado no Quarterly Journal of Experimental Psychology, foi feito por Gary Lupyan e Daniel Swingley. Através de uma série de experiências, os dois psicólogos demonstram que falar sozinho pode ser útil em algumas situações diárias, como procurar um objeto perdido ou lembrar uma tarefa de relativa importância.

As três experiências realizadas pelos autores consistiam, de forma variada, em procurar determinados objetos num conjunto de imagens. Posteriormente, a essa busca foi acrescentado o “discurso auto-direcionado” que os autores pretendiam analisar. Os resultados foram, de certa forma, surpreendentes. A análise das experiências conclui que “falar ajuda na procura de produtos familiares”.

No entanto, esses mesmo resultados revelam que a taxa de sucesso diminui quando os produtos são mais incomuns. Segundo os autores, isto acontece porque as pessoas têm maior facilidade em associar o discurso a objetos que utilizam ou com os quais têm contacto no dia a dia. Ainda assim, a principal conclusão reside no facto de que, em dterminadas situações, falar sozinho pode aumentar a capacidade de encontrar, por exemplo, as chaves antes de sair de casa.

Lupyan e Swingley afirmam que isto acontece porque “dizer o nome do objeto em voz alta ajuda a ativar, mentalmente, determinadas características visuais do objeto em questão”. Os autores concluem desta forma que falar sozinho ajuda as pessoas a recordar determinadas tarefas que possam vir a desempenhar, ressalvando que “o efeito do discurso varia consoante as características do objetivo.

Uma outra conclusão curiosa resultante destas experiências é a diferença encontrada entre géneros. Os resultados finais mostraram que os homens tinham menos sucesso que as mulheres nestas pequenas tarefas. Os psicólogos também concluem que este tipo de ações é percetível nas crianças, que se conseguem concentrar melhor na execução de algumas tarefas falando sozinhas.

Este foi o primeiro estudo (e, para já, o único) a analisar os efeitos de falar sozinho em tarefas simples como encontrar determinados objetos. Ainda assim, pessoas que falam sozinhas podem agora encontrar alguma tranquilidade neste estudo. E quando perder as chaves de casa, dizer o nome do objeto em voz alta pode ajudar a encontrá-lo mais rapidamente.