A Faculdade de Direito da Universidade do Porto ainda teve qualquer informação oficial sobre o movimento de contestação quanto às políticas de admissão à Ordem dos Advogados. Bárbara Barbosa, vice-presidente da Associação de Estudantes de Direito do Porto (AEDP), diz conhecer o assunto mas apenas pelas redes sociais. A dirigente conhece a “intenção do movimento”, mas ainda desconhece a estrutura.

André Machado, presidente da Associação da Faculdade de Direito de Lisboa (AFDL), levou o assunto para discussão no seu discurso de tomada de posse e disse, em declarações à agência Lusa, que o movimento de estudantes de Direito serve para promover ações de protesto a nível nacional.

Bárbara Barbosa explica que a plataforma de contacto entre as várias faculdade de Direito, a Federação Nacional de Estudantes de Direito, tem estado inativa, sendo agora o contacto feito inter-associações. Porém, ainda não há qualquer informação quanto a colaborações entre as associações. “Vamos esperar pelo contacto” acrescenta.

O exame de entrada para a Ordem dos Advogados continua a causar polémica. Após mais de 500 pessoas chumbarem, depois de dois anos de estágio, o Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, afirmou à RTP que, atualmente, “ninguém reprova e todos passam”. “Se as faculdades não fazem essa triagem vai fazê-la a Ordem”, disse. Bárbara Barbosa crítica a concentração de avaliação das licenciaturas no Bastonário e na Ordem dos Advogados e afirma ser esse o papel da agência de creditação.

Outro problema é não haver mais apoio por parte do corpo docente e administração. “Poucas vozes, para além dos estudantes, têm surgido”, afirma. Apesar da aparente falta de apoio ao nível da direção, Eduardo Pinto, diretor da Faculdade de Direito de Lisboa, afirma que a Ordem dos Advogados “não tem legitimidade para fazer exames de Direito”.

O JPN tentou falar com a direção da FDUP mas não conseguiu resposta em tempo útil.