Entre 2010 e 2011, registou-se um aumento na receção de chamadas na Linha SOS-Criança, do Instituto de Apoio à Vítima e na Linha da Criança, do Provedor da Justiça.
De acordo com o coordenador Manuel Coutinho, dos 7663 novos casos recebidos em 2011 pela Linha SOS-Criança, 2864 foram realizados via telefone, 77 via atendimento psicológico, 668 via email e 3159 através de equipas de mediação escolar. O coordenador adianta, ainda, que a Linha recebeu 39 situações que envolviam crianças desaparecidas. Destas, “uma situação era falsa”, “uma referia-se a uma criança perdida”, outra a rapto por terceiros, 14 a raptos parentais, três a fugas internacionais e 19 a fugas de casa. Com 24 anos de existência, a linha já trabalhou 112504 situações.
Os casos de crianças “em perigo ou negligenciadas” são muitos, “assim como maltratadas física e psicologicamente”, afirma Manuel Coutinho. A linha é considerada por muitos como de “utilidade pública”, sendo “cada vez mais um serviço específico, pioneiro em Portugal, com o objetivo de dar voz e ouvir a criança”, assegura o coordenador.
A Linha SOS-Criança, do Instituto de Apoio à Vítima (116111), foi criada a 22 de novembro de 1988, sendo anónima e confidencial e gerindo dois números europeus, que se dividem em prevenção e apoio a crianças em situação de perigo ou risco (116111) e em crianças em situação de abuso sexual ou desaparecimento. Manuel Coutinho afirma que o SOS-Criança se apresenta como um “serviço de prevenção que pretende, de forma direta e ou articulada, apoiar, orientar e encaminhar a multiplicidade de situações que diariamente são apresentados”.
Também a Linha da Criança, pertencente à Provedoria da Justiça e criada em 1993, recebeu 740 apelos no ano de 2011, entre os quais 158 chamadas estavam relacionadas com maus tratos e negligência, adianta o jornal Público.
Na mesma ordem, o jornal refere os dados relativos a este ano, sendo que, entre janeiro e 17 de abril, a linha já recebeu 216 pedidos, entre os quais 64 estariam relacionados com as responsabilidades parentais. No entanto, as carências económicas são também uma das situações sentidas por parte do Provedor, que, em 2011, recebeu 30 chamadas relacionadas com esta situação e já cinco em 2012.
Ainda segundo o jornal, em 2012 registaram-se 16 chamadas relativas a negligência, 15 com maus tratos físicos e psicológicos e 12 com a atuação das comissões de proteção de crianças e jovens.