A despenalização da interrupção voluntária da gravidez foi aprovada em Portugal há cinco anos, em 2007, e desde então o número de mulheres que recorrem ao hospital para realizar um aborto mais que uma vez tem vindo a aumentar. Desde 2007 foram realizadas 80 mil interrupções voluntárias da gravidez, das quais 13.500 são repetições.

O último estudo realizado pela Federação Portuguesa pela Vida (FPV), com dados estatísticos até 2010 da direção geral da Saúde e do Instituto Nacional de Estatística, revela que entre 2008 e 2009 o número de abortos aumentou de 15 mil para 34 mil, e de 2009 para 2010 houve um aumento de 54 mil. Só em 2010 ocorreram 4651 repetições de aborto, das quais 978 representaram duas ou mais repetições.

O principal objectivo da aprovação da lei foi o combate ao aborto clandestino, pelo que a interrupção voluntária da gravidez é possível até às dez semanas de gestação.

No entanto, o número de complicações relacionadas com os abortos clandestinos baixaram consideravelmente e, de acordo com o mesmo estudo, as mulheres mais instruídas e com idades entre os 20 e os 35 anos são quem recorre mais vezes à interrupção voluntária da gravidez.