Entre 2000 e 2008, os custos suportados pelas famílias dos estudantes no ensino superior subiram de 7,7% para 27,3%. De acordo com o relatório de Implementação do Processo de Bolonha 2012 [PDF] divulgado, na quarta-feira, pela rede Eurodyce, agência europeia da educação, Portugal foi o país onde as despesas do agregado familiar mais subiram nesses oito anos, no total dos países em análise.
Portugal é, também, juntamente com o Reino Unido, o único país da União Europeia onde todos os alunos têm que pagar propinas, apesar de os bolseiros receberem um valor que serve para cobrir essa despesa. O mesmo documento informa que o Reino Unido é o pais cuja despesa do agregado familiar é maior (49,4%). Já no ultimo lugar da tabela encontra-se a Grécia, cujo peso das famílias, de 2000 a 2008, foi sempre de 0,4%.
Quanto às despesas públicas no ensino superior, o Estado português gasta uma média de 7307 euros por estudante, um valor abaixo da média europeia (8087 euros). Os países cujos estudantes são mais apoiados pelo Estado são a Suécia, Noruega, Holanda e Dinamarca, onde cada estudante recebe mais de 13 mil euros. No lado oposto da tabela encontram-se a Letónia, Lituânia, Bulgária, Polónia e Estónia, onde cada estudante recebe um apoio menor do que 5 mil euros.
Recém-licenciados com vida difícil
Outra das conclusões do relatório diz respeito à dificuldade que os novos diplomados têm em arranjar emprego. Os números mostram que os jovens entre os 20 e 34 anos que concluíram os estudos superiores nos últimos três anos têm mais dificuldade em arranjar emprego do que aqueles que se formaram há mais tempo. Em Portugal, 17,4 dos licenciados que acabaram o curso há três anos ou menos estão desempregados, um número superior ao da média europeia (10%).
Portugal foi também o segundo país do estudo que mais estudantes do ensino superior perdeu, entre 2003/2004 e 2008/2009. O relatório indica que Portugal sofreu uma diminuição de 5,6%, uma quebra que só foi ultrapassada pela Hungria (5,8%). O documento justifica este decréscimo devido “ao declínio demográfico” do país, que se faz também sentir nas universidades.
De acordo com o relatório, existiam, no ano letivo de 2008/2009, 373 002 alunos no ensino superior em Portugal. O país com mais estudantes é a Rússia, com 9,9 milhões, mais de 25% do total da área europeia do ensino superior. França, Polónia, Itália e Espanha detêm mais de 1,5 milhões de estudantes cada e o Linchestein apresenta o menor número de inscritos na universidade: 753 alunos.