Ana, João, Luís e Mafalda iniciaram, há cinco anos, a Cimbalino Filmes, uma produtora audiovisual que se apresenta “próxima dos clientes” e com produtos “customizados”. Incubado na Universidade Católica do Porto, o projeto nasceu, de acordo com Mafalda Rebelo, produtora da Cimbalino Filmes, numa fase em que os mentores não tinham “nem experiência nem responsabilidades”, mas tinham vontade de pôr as “mãos na massa”.

No entanto, no início não foi fácil quebrar alguns obstáculos, já que existiam “outras empresas da área no Porto” e todas tinham “algum grau de investimento inicial”, ao contrário da Cimbalino Filmes. A pressão “obrigava a trabalhar mais rápido e ganhar trabalhos”.

Entretanto, a equipa já cresceu mas os “quatro iniciais mantêm-se”. Mafalda Rebelo considera que o que distingue o projeto é o facto de serem “flexíveis” e de gerarem “soluções customizadas” aos clientes. A produtora garante que todas as opções tomadas em termos de gestão do projeto “têm dado frutos” e que, apesar de serem “pequeninos“, estão a “crescer bastante”, também com a ajuda da Universidade Católica.

Mafalda Rebelo considera que o segredo da empresa é “ouvir o que as pessoas estão a falar, perceber e entrar no negócio dessa pessoa”. Só a partir daqui se pode “pensar em respostas adequadas e em soluções criativas”.

Os “preços competitivos” que conseguem garantir fazem com que a empresa tenha sido procurada por empresas estrangeiras. Segundo conta Mafalda Rebelo, a internacionalização “surgiu naturalmente”, já que houve uma empresa portuguesa que trabalhava com um parceiro estrangeiro que viu o trabalho que faziam e ficou interessada. A produtora considera que ir além-fronteiras é “uma forma de garantir a sustentabilidade”. Contudo, também sabe que “não é fácil” cumprir este objetivo na área da produção.

Como Mafalda Rebelo explica, a empresa conta, a maioria das vezes, com a recomendação de uns clientes aos outros para a divulgação dos projetos. Além disso, e uma vez que gera produtos audiovisuais, utiliza canais como o Vimeo, o Youtube e o próprio site para mostrar ao mundo o que faz.

A criatividade está, hoje em dia, a ganhar espaço em alguns campos, como nos projetos de doutoramento e nos currículos. A produtora garante que, em alguns trabalhos, tiveram de “transformar um molho de papel num vídeo de dois minutos”, que funciona como um resumo dos projetos, de forma a torná-los mais apelativos para quem os vai ler.

A equipa está, neste momento, a trabalhar num projeto “de uma empresa nacional, que trabalha para uma empresa internacional”, mas já existem também algumas ideias para “conteúdos próprios”, como um programa de televisão. Mafalda Rebelo assegura que ainda “falta fazer muito”, já que há muitos projetos que ainda podem captar.

A produção audiovisual em tempos de crise

A crise económica portuguesa está a afetar a maioria dos negócios em Portugal. No entanto, há também oportunidades que podem surgir durante a atual conjuntura. A produtora acredita que a crise “cria as necessidades de forma transversal” e, por isso, pode dar oportunidades a projetos como a Cimbalino Filmes. Mafalda Rebelo entende que, neste momento, as grandes empresas “deixaram de ter tanto dinheiro para comunicar” e precisaram de “sair do seu espaço”.

No caso das empresas mais pequenas, perceberam que “têm que se posicionar ou não sobrevivem à crise”. Por isso, alguns procuram “criar vídeos mais baratos” e, nestes casos, a Cimbalino Filmes “dá a resposta”. Mafalda Rebelo acredita que “a crise existe”, mas, ao mesmo tempo, “têm havido oportunidades”, por isso não a vê como tendo sido “uma situação negativa” para a empresa.