Foi D. Pedro V quem mandou construir, de raiz, o Hospital Militar Regional N.º 1, em 1862. O rei visitou o Porto durante as guerras peninsulares e percebeu que os militares estavam espalhados pelos mosteiros do Porto. As condições precárias em que se encontravam os doentes militares alertou o chefe de Estado de então para a necessidade de cuidar dos mesmos e, assim, mandou erguer o hospital.

Mas foi no reinado de D. Luís I, após um decreto régio dado pelo rei, que o Campo das Pardelhas à Boavista foi adquirido de modo a instalar no local o hospital que serve as forças militares do norte do país.

“Serviu o exército durantes várias campanhas, as de África por exemplo, e tem uma importância primordial porque é o único hospital militar do país construído de raiz”. Quem o diz é o diretor do hospital, Manuel Alves. O coronel médico refere que este hospital “presta um serviço inestimável aos militares e às suas famílias”.

Mas a história desta instituição portuense não é linear. Um incêndio destruiu grande parte da fachada do edifício em 1918 e só dois anos depois, em 1920, é que as obras de recuperação desta instituição são concluídas.

Único hospital no país que serve os três ramos das forças armadas

Já há dois anos que está em cima da mesa uma proposta de reforma da saúde das Forças Armadas, nomeadamente em Lisboa, onde existem três hospitais que prestam serviços à Marinha, à Força Aérea e também ao exército. Assim, “em Lisboa, vai ter de se criar um hospital comum para as Forças Armadas. No Porto, essa questão não se coloca porque este hospital já faz esse serviço há 150 anos”, garante Manuel Alves.

A reforma está antecipadamente aplicada ao Hospital Militar do Porto, pois este encontra-se diretamente ligado com as Forças Armadas e atende a Força Aérea, a Marinha e, claro, o exército. O diretor do Hospital Militar espera que haja novas evoluções em Lisboa e diz que “o hospital vai continuar a servir as Forças Armadas dependendo sempre da vontade política”.

“É um hospital de muita qualidade integrado na sociedade civil do Porto”, salienta. O Hospital Militar do Porto conta com protocolos com os hospitais da zona do Porto, como o Hospital de Santo António e o de Vila Nova de Gaia. O médico acredita que o hospital “é um marco importante na saúde de Portugal”.