Os semáforos estão lá para alertar. Mas, para além de as pessoas passarem “no laranja”, passam também “no vermelho”.

O JPN foi à rua tentar saber a opinião das pessoas sobre a segurança rodoviária ao nível dos peões. Na maior parte das vezes, acham que os peões não respeitam o sinal vermelho e que deviam, inclusivé, ser autuados. No entanto, admitem fazê-lo: “todos” cometem a infração.

Na rua de Santa Catarina, no Porto, as multidões não olham para o semáforo, olham para o trânsito. Se o carro está demasiado perto, esperam para passar a seguir, muitas vezes a correr. Se o carro está longe, passam sem hesitar, ainda que o sinal esteja vermelho.

São vários os locais problemáticos bem no centro da cidade do Porto. Além dos cruzamentos das ruas perpendiculares a Santa Catarina, como o da rua Formosa com a rua de Santa Catarina, também a Trindade tem uma passadeira que representa um problema para os peões. Logo à saída da estação de metro, o semáforo de peões está permanentemente no vermelho e é muito frequente, se não mesmo comum, que as pessoas atravessem a estrada mesmo com o sinal fechado.

Os contadores nos semáforos para peões são uma inovação que permite aos cidadãos controlo sobre o tempo disponível para atravessar a estrada. Existentes na avenida dos Aliados, os contadores são um vantagem para os peões e para os condutores. No entanto são ainda insuficientes na realidade da cidade do Porto. É o “frenesim” das grandes cidades. O desrespeito é comum e parece fazer parte dos hábitos dos portuenses.

A lei diz que é proibido atravessar as passadeiras com sinal vermelho ou fora das passadeiras (sempre que exista uma a menos de 50 metros de distância). A multa prevista para atravessar na passadeira sem estas devidas cautelas e, sobretudo, com o semáforo na cor vermelha, varia entre 10 e os 50 euros.

No artigo 101.º do Código da Estrada são, aliás, definidos os cuidados prévios de quem pretende cruzar a faixa de rodagem. O olhar para cada um dos lados e o só atravessar se o veículo à vista abrandar. Se este último não o fizer, os peões não mantêm o “direito” de atravessar, porque também ele tem que ter cuidado embora, na maioria dos casos de acidente, a culpa recaia no condutor em causa.

O Automóvel Clube Portugal (ACP) fez, em 2009, uma campanha de prevenção rodoviária, juntamente com a Câmara Municipal do Porto. As faixas estão pintadas em várias passadeiras da cidade e dizem respeito ao número de atropelamentos registados nesse ano. Três anos passados, o ACP continua empenhada na prevenção rodoviária.