A Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou o dia 3 de maio como o dia da liberdade de imprensa e expressão e, para assinalar a data, foi lançada uma iniciativa chamada “Um Dia Com os Média”, um evento promovido pela Comissão Nacional da UNESCO, pelo Conselho Nacional de Educação, pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), pelo Gabinete para os Meios de Comunicação Social e pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho (UM).

Esta iniciativa, de âmbito nacional, é estendida a todos aqueles que queiram participar. Entidades particulares ou organizações como escolas ou bibliotecas podem inscrever a respetivo evento no site da iniciativa. A questão “Que significado têm os média na nossa vida e como poderiam tornar-se mais significativos?” é o mote.

UP também participa

A Universidade do Porto também tem um evento inscrito nesta iniciativa. O fórum “O Futuro do Jornalismo” vai ter lugar no anfiteatro do Polo de Ciências da Comunicação. Professores, estudantes, jornalistas e cidadãos vão discutir uma nova carta de princípios para o jornalismo. Carlos Magno, Ricardo Jorge Pinto ou Alfredo Maia são alguns dos nomes que vão estar presentes. Este fórum vem no seguimento de outros que já aconteceram em Coimbra, Covilhã e Lisboa. As reportagens do JPN sobre os bastidores da rádio e sobre os “Discos Pedidos” fazem parte do alinhamento da Antena 1 no dia 3 de maio, que também participa nesta iniciativa.

Manuela Gallardo, secretária executiva da Comissão Nacional da UNESCO, explica que “esta iniciativa surge ligada à atividade de um grupo informal” composto pelas entidades promotoras. Este grupo começou, há cerca de dois anos, a discutir algumas questões relacionadas com a literacia mediática, segundo explicou ao JPN Manuela Gallardo.

Qualquer entidade pode registar o seu evento. “À partida, há muitas entidades que estão vocacionadas para o fazer, como por exemplo as escolas, mas também as bibliotecas e os próprios meios de comunicação social”, acrescenta Manuela Gallardo.

A reflexão sobre a influência dos média na vida dos cidadãos é uma questão essencial, como destaca a reponsável da UNESCO. A organização pretende apelar às pessoas para que pensem um pouco no papel que os média têm na sua vida e desafia, até, o inverso: “O que seria um dia sem os média?”.

O papel conjunto dos jornalistas e dos cidadãos

“Hoje em dia, além de sermos consumidores de informação, somos todos produtores de informação”, diz Manuela Gallardo, destacando as possibilidades das novas tecnologias. A secretária executiva da UNESCO considera que os meios de comunicação social podem estender ainda mais a sua influência, mas seria importante o contrário acontecer. “Penso que a participação das próprias pessoas nos conteúdos dos média será uma das grandes mensagens que pretendemos passar, consciencializar as pessoas de que elas próprias, a título individual, também têm uma palavra a dizer sobre a informação que passa”, refere.

Apesar de a relação dos média com os cidadãos estar no centro das atenções, está também em destaque o papel do jornalista, produtor de informação. “A UNESCO tem feito apelos para que, em todo o mundo, haja uma atenção acrescida para as condições de segurança em que trabalham os jornalista”, aponta.

Manuela Gallardo acrescenta, ainda, que após o dia 3 será feito um balanço das atividades levadas a cabo, “porque este é um marco importante”. “Mas não pretendemos ficar por aqui. É apenas um trampolim para outras atividades que vão mais longe”, diz, referindo ainda que este evento “vai levar a muitas pessoas a consciencialização que os média têm realmente impacto na sua vida.”