Um dia dedicado à Performance Art onde é possível discutir ideias através das atuações performativas. Assim se define o Sintoma n.º 0, evento que acontece amanhã, sexta-feira, na Faculdade de Belas Artes da Univervidade do Porto (FBAUP). “É o primeiro grande sintoma deste grupo de performance que criamos nas Belas Artes”, diz Rita Castro Neves, docente na FBAUP. “É um evento internacional e com alguma dimensão nas Belas Artes, dedicado à performance art”, continua.

Mas, no fundo, o Sintoma n.º 0 divide-se em dois: há espaço para trabalhos artísticos,
num total de “12 performances pensadas para o espaço da faculdade”, assim como duas mesas para debate, discussão e apresentação de ideias. “A nossa ideia é trabalhar a área da performance art no seio da performance, mas de uma forma aberta a todo o público”, explica a docente. “Queremos ancorar investigação teórica na prática artística e suportar, também, a prática artística com investigação teórica, pois são indissociáveis, no caso das artes visuais”, diz Rita Castro Neves.

Sintoma, o grupo que se dedica à performance art

“O Sintoma é um grupo muito jovem, que começou este ano letivo e arrancou a sério em janeiro. É composto por dez alunos e coordenado por mim”, conta Rita Castro Neves. A “vocação é a performance art”. “Achamos interessante desenvolver essa área na faculdade”, de uma forma mais informal, como um grupo, “e como área de investigação, não como unidades curriculares separadas”, afirma a docente. A docente conta também que a forma de trabalhar do grupo “é um modelo aberto, que questiona o próprio modelo”. Ou seja, à medida que o criam estão “também a tentar descobrir qual será o melhor modelo para um grupo de investigação através da prática”.

Um evento onde o público pode e deve intervir, pois a ideia é que haja debate. A docente lembra que o espaço onde vai acontecer o Sintoma n.º 0 “vai, naturalmente, criar uma grande interação com o público que passa o dia todo de performance em performance, de mesa redonda em mesa redonda”. Para Rita Castro Neves, esta aproximação e ambiente informais “vai despoletar conversas” entre público, artistas e performers.

Das atividades, Rita Castro Neves destaca a mesa redonda que vai acontecer às 18h00. A docente explica que se trata de uma conversa em que alguns autores vão discutir sobre performance. Uma discussão que conta, também, com uma conversa sobre a performance de 1987, a “Espectáculo de Variedades Artísticas para uma Escola de Belas Artes”, que não foi documentada na altura.

Uma conversa que vai dar lugar a uma “reflexão sobre o que é a documentação em performance”. “É curioso que, na história da performance, muita gente refere esse espetáculo mas não há documentação”, afirma a docente.

O Sintoma n.º 0 acontece amanhã, sexta-feira, das 10h00 às 21h00, com entrada livre. Todas as atividades decorrem na FBAUP. Além do grupo Sintoma faz também parte da organização o Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (i2ADS). O grupo SINTOMA vai continuar as suas atividades, após este que é o seu “maior momento de abertura ao público”, e a “intenção é fazer um Sintoma todos os anos” e “continuar esta investigação e performance”.