Tudo começou num ato banal do quotidiano. Bruno Barbosa chegou a casa, viu um garrafão “de tampa” na cozinha e logo surgiu a ideia. Por essa altura, a namorada fazia anos e Bruno decidiu aventurar-se e tentar criar uma carteira, utilizando tampas de garrafas. A experiência “não estava a ficar com muito bom aspeto”, mas foi a primeira semente do projecto HádeHaver.

O resultado menos conseguido levou-o a convidar Sandra Paulo, colega de curso, que Bruno sabia ter “imenso jeito para estas coisas”. Em agosto de 2011, o HádeHaver dá os primeiros passos num escritório que a dupla criativa tinha alugado para se dedicar à arquitetura, mas que à medida que o projeto crescia se tornava cada vez mais na futura loja.

De financiamento independente, “desde o aluguer do espaço à compra de materiais”, Bruno e Sandra dão forma a quatro tipos de carteiras: “clutches, que são as mais pequenas, para festas e sair à noite; carteiras de mão, carteiras de ombro e malas de computador”, conta Bruno ao P3.

O processo passa inteiramente pelas mãos dos jovens arquitetos, salvo numa das etapas. “Fazemos tudo à exceção da parte do forro das carteiras que é a minha avó que faz. Ela ajuda-nos nessa parte que envolve mais costura com máquina e nós não conseguimos fazer para já”, revela. O preço varia entre os 35, no caso das “clutches”, e os 70 euros.

Manter o registo artesanal

As carteiras HádeHaver já são um sucesso e Bruno Barbosa salienta a diversidade de clientes que as procuram, lembrando um episódio recente na 3.ª edição do Urban Market, evento de mostra e venda de produtos de criadores portugueses, organizado pela Portugal Lovers. “Vendemos uma carteira a uma senhora de 70 e tal anos que quis logo usá-la, como a seguir vendemos a uma jovem francesa de 20 e poucos anos”. Além do Urban Market, o HádeHaver também esteve em exposição na Newcomers Week, na Exponor, e mereceu destaque na Design Boom, “magazine online” sobre design.

O caráter único das carteiras HádeHaver não se deve apenas à inovação de materiais, pois a cada uma delas é atribuído um nome de uma rainha ou de uma personalidade feminina portuguesa. “A pessoa quando compra no estrangeiro fica com a curiosidade de perceber que rainha é e interessa-se um pouco mais pela história do país também”.

De futuro, Bruno e Sandra não descartam a possibilidade de se associar a uma marca, salvaguardando sempre o cunho “artesanal do produto”.