José Carlos Abrantes, ex-provedor dos leitores do Diário de Noticías, é, atualmente, o provedor dos telespectadores da RTP.

No âmbito da iniciativa “Um dia com os média“, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), José Carlos Abrantes, agora à frente do programa A Voz do Cidadão, esteve no curso de Ciência da Comunicação da Universidade do Porto, esta terça-feira, onde participou numa palestra.

O representante e defensor dos telespectadores da televisão pública, como assim se considera, respondeu às questões colocadas pelos alunos do curso que assistiram ao evento, dando a conhecer as queixas mais recorrentes dos telespectadores. José Carlos Abrantes garante não ter influência direta nas decisões internas, mas fala “abertamente” do facto de o Telejornal ser o programa mais “escrutinado” pelos telespectadores.

Quem vê televisão critica, sobretudo, o facto de o futebol aparecer demasiado no alinhamento, alguns casos que fazem notícia, como a presença da namorada de Cristiano Ronaldo no país e a duração excessiva do telejornal, adianta. “No meu mandato, hei-de sempre estar a favor de telejornais mais curtos, como os da França, de meia hora”, assegura.

Os programas de entretenimento são os seguintes a aparecer no “top” de queixas. Enquanto que o “Útimo a Sair” foi o programa com mais críticas positivas de sempre, o Elo Mais Fraco, já não recebe tantos elogios. O programa apresentado por Pedro Granger é o mais “escrutinado” programa de entretenimento, garante, pela postura do apresentador.

Utilizando como exemplo um dos últimos episódios do seu espaço na televisão pública, Abrantes falou, ainda, sobre a liberdade de imprensa, relembrando a ditadura e a censura prévia de antigamente e explicando o seu papel como provedor do telespectador. O professor garante que há uma grande diferença entre ser provedor do leitor no DN e do telespectador de televisão, sobretudo no que diz respeito ao volume de e-mails que recebe dos telespectadores da RTP.