A Massivemov surgiu em 2011, com o objetivo de “fomentar o empreendedorismo” e dar uma alternativa a novas ideias, diz Gabriela Marques, uma das mentoras do projeto. Esta plataforma de crowdfunding tem tido “muita adesão”, apesar de assentar num “conceito desconhecido” por cá. Por isso mesmo, há uma aposta não só na divulgação da plataforma, mas também no conceito em si, revela a fundadora.

O crowdfunding, que, apesar de novo por cá, tem vindo a crescer no país, permite que “qualquer pessoa possa apoiar qualquer projeto”. Os valores mínimos rondam os cinco euros e não existem valores máximos de ajuda. É o empreendedor que define “os patamares viáveis para conseguir o valor que necessita para a concretização do projeto”. Existe, ainda, o prazo mínimo de 15 dias e máximo de 90 para um projeto estar na plataforma.

É o responsável pela ideia que define a forma de recompensa aos apoiantes, ainda que a Massivemov recomende que o agradecimento “seja sempre fruto daquele projeto”. Desta forma, o empreendedor já faz uma “pré-venda do serviço” e “uma divulgação da marca”.

No caso de um projeto não atingir pelo menos 80% do financiamento pretendido, o seu promotor “não recebe qualquer valor” e os “donativos” são “devolvidos aos apoiantes”, garante Gabriela Marques. Desta forma, é possível melhorar o projeto, reestruturando-o, diz.

Atualmente, a Massivemov tem vários projetos “de diversas áreas” alojados na sua plataforma e, como Gabriela Marques afirma, “é possível financiar em crowdfunding” qualquer ideia. “Basta que esteja bem estruturada, que seja muito clara e muito transparente para quem vai apoiar”, revela.

O efeito novidade da plataforma

A Redebiz é outra das plataformas portuguesas inspiradas no conceito de crowdfunding, que nasceu nos EUA. Fundada por pessoas da área do marketing digital e da consultadoria de gestão, a Redebiz “também tem serviços de apoio ao empreendedorismo”, como explica Miguel Costa, um dos mentores do projeto. Miguel Costa garante que, inicialmente, “surgiram milhares de interessados”, pelo “efeito novidade” da plataforma. Depois dos primeiros tempos, no entanto, a adesão “desceu substancialmente”. Atualmente, as pessoas que aparecem “já sabem o que é e já estão motivadas”, porque já “conhecem melhor aquilo que se pode fazer”.

A Redebiz ajuda a financiar projetos individuais e de empresas, que podem ir dos 500 aos 100 mil euros. Miguel Costa afirma que “qualquer tipo de projeto é viável”, desde que a pessoa “tenha uma ideia e tenha uma vontade objetiva de a pôr em prática”. Em relação às recompensas, diz, o método da Redebiz é diferente, uma vez que “se pode, na plataforma, apoiar projetos sem ter como contrapartida o bem que está a ser oferecido”.

Além disso, quando o promotor do projeto o coloca online “não o pode alterar mais” para que “não haja pessoas que apoiam debaixo de umas condições que depois são alteradas”. Quando o empreendedor pretende mudar algo “pode, eventualmente, anular a proposta e fazer outra nova”.

Uma ideia original é meio caminho andado para o financiamento

Já a PPL (“people” ou “pessoas”), outra das empresas que promove o crowfunding, é composta por uma equipa “apaixonada pelos temas de colaboração coletiva e pelo potencial de inovação que existe em cada indivíduo”, diz Paulo Pereira, um dos mentores do projeto. Para a PPL, a tecnologia é um fator importante, já que permite “uma capacidade de comunicação e cooperação inéditas”.

Segundo Paulo Pereira, o PPL conta, neste momento, com mais de 2500 utilizadores e, destes, 800 são investidores ativos. Em nove meses de operação, a transação média é de “cerca de 50 euros” e já foram financiados “15 projetos”, todos com “valor superior a mil euros”. O mentor da plataforma revela que a primeira condição na seleção é a existência de “sintonia de valores entre o projeto, a equipa do promotor e a equipa do PPL”, daí darem prioridade projetos com “forte criação de valor e bom potencial de crescimento”.

Como as restantes plataformas, qualquer pessoa pode ajudar a financiar um projeto na PPL e a faixa etária presente na plataforma “é muito vasta”, pois participam tanto jovens de 18 anos como “pessoas com mais de 70 anos”.

Em relação ao acompanhamento dos projetos pelos financiadores, Paulo Pereira diz que os investidores “tornam-se parte da equipa” e o promotor é “incentivado a manter o contato”. Além disso, refere que as ideias originais e a divulgação são muito importantes para atingirem o financiamento necessário. “Os projetos mais facilmente financiados são aqueles que possuem uma ideia empreendedora original e que tenham uma apresentação muito forte”, garante.