O “Manifesto por uma esquerda livre” vai ser apresentado esta quinta-feira, 17 de maio, às 11h30, no Café do Cinema São Jorge, em Lisboa, e pretende apresentar soluções e ideias concretas que possam ser aplicadas fora do contexto de partidos políticos.
O documento, que tem como mote “Portugal afunda-se, a Europa divide-se e a Esquerda assiste, atónita”, conta com apoiantes tanto do Partido Socialista, como do Bloco de Esquerda e, até, de independentes e é o primeiro passo de “uma série de encontros abertos ao público para uma esquerda livre”, segundo Marta Loja Neves, uma das redatoras do manifesto.
“Em Portugal e na Europa, a esquerda está dividida entre a moleza e a inconsequência”, pode ler-se no manifesto, que surge na tentativa de mudar este cenário e tem o objetivo de ” ’empurrar’ a esquerda portuguesa” para uma “tentativa de entendimento” e de superação das “divergências que existem”. Marta Neves considera que o debate e a chegada a conclusões, ainda que sejam divergentes, são fatores importantes para o “próprio debate político do país”.
Todas as pessoas que se identifiquem com o manifesto podem assiná-lo e, de acordo com Marta Neves, no dia da apresentação pública, já devem ter, pelo menos, mil assinaturas. Marta afirma que não estavam à espera “de tanta reação positiva”. Como a mesma explica, não existe “nenhuma razão específica” para o documento surgir agora, já que não há qualquer “circunstância pontual política” para isso. Apenas sentiam a necessidade de tentar levar as ideias a “um debate mais coerente e mais constante” e o manifesto e os eventos públicos foram a melhor solução encontrada. Como se pode ler no documento, este é um apelo “à mobilização dos cidadãos” em volta de três objetivos: “uma esquerda mais livre, um Portugal mais igual e uma Europa mais fraterna”.
Os encontros vão decorrer um pouco por todo o país e funcionam como uma forma de os signatários terem “uma participação mais interessante e ativa”. O objetivo principal é possibilitar “o debate aberto ao público” sobre temáticas que merecem esse destaque e que seriam “votadas online pelos assinantes do manifesto”. Marta Neves considera que, ainda que as pessoas tenham “ideias e crenças diferentes”, é sempre importante levar os “objetivos comuns” a alguma coisa concreta.
Além disso, os debates teriam sempre a presença de “duas ou três figuras públicas” que contribuiriam também para a “interação com o público presente”. Depois da discussão das temáticas, seriam acolhidas as ideias concretas dos intervenientes de forma a “abrir um espaço para alternativas possíveis”, que não sejam só aplicadas “no contexto de um partido político”.