Carlos Ribeiro e Alfonso Renart, investigadores da Fundação Champaulimaud, ganharam uma bolsa internacional no valor de um milhão de euros pelas mãos do Human Frontier Science Program (HFSP), um programa de uma organização com sede em Estrasburgo, França, que promove a ciência de ponta.

O prémio vem no seguimento da investigação levada a cabo pelos dois membros da Fundação, e que se relaciona com o estudo do processo de escolha dos nutrientes que mais estão em falta no corpo por parte dos animais que passam fome.

O projeto de Alfonso Renart é partilhado com a equipa de Paul Chadderton, do Imperial College de Londres, e de Sebastien Royer, do Instituto de Ciência e Tecnologia da Coreia do Sul, em Seul. O cientista quer perceber como é que funciona, em ratos, a memória de curto prazo, que guarda informação por um curto período de tempo e que depois é esquecida. Para fazer essa avaliação, pode-se analisar o funcionamento de grupos de neurónios que existem no córtex pré-frontal.

Em entrevista ao jornal “Público”, Renart confessou querer partir para o passo seguinte. “Vamos medir a atividade de muitos neurónios em simultâneo, mais de uma centena, para perceber como neurónios diferentes se juntam para gerar representações de memórias de curto prazo”, confessa.

Com o financiamento recebido, vai ser possível contratar pessoas para trabalharem no projeto e comprar equipamento experimental, assegura. Renart recebeu o financiamento na modalidade de Jovem Investigador para cientistas que são chefes de laboratório há menos de cinco anos. Já Carlos Ribeiro ganhou a bolsa programa para cientistas principais, juntamente com mais 24 projetos.