Os estádios de futebol são espaços cuja dimensão potencia a receção de eventos de grande dimensão e multidões eufóricas. Mas abrigar um jogo de futebol ou um concerto internacional, apesar de requerer diferentes preparativos, não é assim tão díspar. Luís Silva, diretor da área de gestão de infraestruturas no Futebol Clube do Porto (FCP), fala ao JPN sobre o processo que vai transformar o relvado do Estádio do Dragão num palco musical.

O orgão dedica-se a “dar apoio logístico” às promotoras de eventos, garantindo que “toda a parte técnica do estádio está operacional”, que este se encontra limpo, com as entradas e saídas desimpedidas. “Se o estádio fosse um hotel, nós seríamos as governantas”, brinca Luís Silva.

O processo de receber um evento não começa com a chegada do material, mas bem antes. Quando este chega, já o recinto está preparado para o receber, sendo que o apoio logístico à montagem também é assegurado, assim como a solução de problemas que surjam entretanto.
E a parceria não fica por aí, pois o apoio continua após a abertura de portas, passando de uma lógica operacional para uma de prevenção. “Isto, no fundo, é como um jogo de futebol”, afirma Luís Silva.

Proteger um dos bens preciosos do estádio: a relva

Para proteger o relvado, a equipa analisa as condições e possíveis soluções de proteção e/ou substituição deste após qualquer evento. Luís Silva explica que, para garantir a proteção da relva, há que investir para evitar a substituição. No caso do concerto dos Coldplay, a equipa decidiu proteger as partes sujeitas a maior carga, como a zona das colunas, deixando a restante relva na zona do público a descoberto.

A proteção nessas zonas evita danos na base, sendo que, quando há substituição, esta é feita superficialmente. Trata-se de uma “opção mais agradável” para o público e que vai implicar, no final do concerto, uma “intervenção global” feita à relva.

No entanto, não é uma questão que levante preocupações, pois, segundo Luís Silva, é um processo “pacífico”, no qual já têm experiência. Curiosamente, a parte mais importante e controlada é a da desmontagem da infraestrutura que recebe o concerto, em que têm que “garantir a integridade” das instalações, “para que não haja danos”. Isto porque é um processo “muito acelerado”, que exige mais atenção. No final dos eventos, a tendência é “levantar tenda e correr”, conta Luís Silva, pelo que todos os cuidados são poucos.

Digressão arranca na Invicta

O Porto recebe, pela primeira vez, os Coldplay, sendo também a cidade onde começa a digressão em estádios do seu mais recente trabalho. Mylo Xyloto, o quinto álbum da banda, foi editado em outubro de 2011, tendo sido bem recebido pela crítica e pelo público.

Os britânicos já tinham passado pelo festival Optimus Alive!, em Lisboa, no ano passado,
dia em que provocaram uma enchente, que já tinha sido precedida por uma corrida aos bilhetes. Anteriormente haviam atuado no Pavilhão Atlântico e na cerimónia dos MTV Europe Music Awards em Portugal, ambos em 2005. A banda conta já com 15 anos de existência, mais de 50 milhões de discos vendidos e vários galardões no currículo, como sete Grammys e seis Brit Awards.

A primeira parte é assegurada por Rita Ora e por Marina and The Diamonds. A primeira apresenta-se num estilo pop e r&b e chegou ao estrelato e aos tops britânicos no ano passado com a participação na música “Hot Right Now”. A segunda lançou recentemente o seu segundo álbum, “Electra Heart”, e já tinha passado por Paredes de Coura. O seu regresso a Portugal, mesmo sem ser em nome próprio, faz jus à promessa que havia feito no festival.

Foram postos à venda, esta semana, mais 1900 bilhetes, sendo que os iniciais estavam esgotados há muito. Esta segunda oportunidade para muitos fãs foi possível por só agora se ter chegado à configuração final do palco. Os preços dos bilhetes variam entre os 58 e os 190 euros e podem ser adquiridos nos locais habituais. As portas abrem às 16h00 e os concertos começam às 19h30.

A Metro do Porto vai reforçar a frequência de passagem do metro, tanto antes como depois do concerto. Já para quem vem de Lisboa ou do centro do país, a produtora do concerto e a Comboios de Portugal (CP) juntaram-se para disponibilizar um comboio especial que partirá da estação de Campanhã de madrugada, após o concerto, com destino a Lisboa e paragens no centro. Informação detalhada sobre este serviço está disponível no site da CP.