Pela primeira vez em 15 anos, Cathy Hutchinson, vítima de AVC, foi capaz de beber um café sozinha. Isto foi possível através de um sensor implantado no cérebro da norte-americana, tetraplégica. O sensor recebe e descodifica os pensamentos da pessoa, transmitindo depois as informações ao braço robótico, que executa a “ordem”.

A chamada intenção motora é que comanda o braço e tornou os impulsos elétricos em ações físicas. Leigh Hochberg e John Donoghue, da Universidade de Brown, nos Estados Unidos da América, são os autores do ensaio. A equipa de trabalho integra ainda cientistas de Harvard, dos departamentos de Defesa e Assuntos dos Veteranos dos governo americano, da agência aeroespacial alemã DLR e da empresa DEKA, que se encontra a realizar testes com este dispositivo.

O sensor consiste num quadrado de silício, com 96 elétrodos à superfície que são responsáveis por registar a atividade dos neurónios, que fazem o “pedido” aos membros. Neste momento, o ensaio conta só com dois pacientes, apesar de já estarem a ser levados a cabo mais recrutamentos.

Além da bem sucedida tentativa de ser capaz de beber café, os doentes começaram por treinar apanhar bolas de espuma. A experiência do café foi a mais próxima da vida quotidiana de uma pessoa e que representou a esperança de avanços no campo.

O sensor chama-se BrainGate e foi implantado na paciente que bebeu o café há cinco anos. A experiência foi repetida seis vezes e foi bem sucedida em quatro tentativas. A grande finalidade do BrainGate é possibilitar a ligação entre o cérebro e os membros inferiores e superiores dos pacientes através de ligações sem fios. Estas ligações permitirão a mobilidade aos músculos paralisados.