Pedro Proença, árbitro português de 41 anos, é o escolhido para apitar a final da Liga dos Campeões, em Munique, entre o Bayern e o Chelsea, marcado para o próximo sábado. Trata-se do ponto mais alto da carreira do juiz lisboeta que é, também, um dos eleitos para o Europeu 2012. A equipa da arbitragem que orientará a partida fica completa com os também portugueses Bertino Miranda, Ricardo Santos, Duarte Gomes e Jorge Sousa.

Pedro Proença, árbitro da Associação de Futebol de Lisboa, internacional desde 2003, vai ser o primeiro português a apitar uma final da Liga dos Campeões no atual formato, depois de António Garrido ter arbitrado a final da Taça dos Campeões de 1980 também entre uma equipa inglesa, o Nottingham Forest, e uma alemã, o Hamburgo.

Em agosto do ano passado, o juiz foi notícia pelos piores motivos: foi agredido com uma cabeçada no Centro Comercial Colombo, quando se preparava para jantar, por um irado adepto benfiquista e, por via das lesões sofridas, não pôde apitar nenhum jogo da primeira jornada da época transata.

Na época 2010/11, Pedro Proença, consultor financeiro de profissão, arbitrou um dos jogos da meia-final da “Champions” que opôs o Manchester United ao Schalke 04. O árbitro soma já 59 jogos europeus, 24 anos de carreira e 9 épocas de estatuto internacional.

“Pedro Proença tem o perfil indicado”

“É um orgulho enorme para a arbitragem portuguesa”. É desta forma que José Gomes, vice-presidente da Associação Profissional de Árbitros de Futebol (APAF), define a nomeação de Pedro Proença para a final da Champions. “É a prova de que temos realmente excelentes árbitros em Portugal e o Pedro é um desses casos.”, diz José Gomes. “É o reconhecimento por parte das instituições internacionais de que realmente a arbitragem portuguesa está no bom caminho. Acho que o país, e particularmente a arbitragem, tem de estar orgulhoso com esta nomeação”, reitera o vice-presidente da APAF.

Para José Gomes, Pedro Proença tem as características ideais para ajuizar um encontro de tais dimensões. “É um excelente árbitro, um árbitro com o perfil indicado para estar nestes grandes palcos”, afirma.

Embora diga que os árbitros “sabem controlar a pressão exercida sobre eles”, o dirigente da APAF admite que a pressão de apitar jogos no estrangeiro seja menor, por “não se falar tanto dos árbitros a nível internacional”. “Como todos nós sabemos, a nível internacional o árbitro é mais encarado como mais uma figura que faz parte do espetáculo e não como um elemento destabilizador”, reforça José Gomes.

Apesar do reconhecimento de qualidade que significa esta nomeação de Pedro Proença, Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), afirmou ser possível “a chamada de árbitros estrangeiros” para apitar partidas da liga portuguesa “num projeto coordenado internacionalmente”. Algo que José Gomes encara como “uma partilha de conhecimentos e formas de abordar o jogo”. “Os nossos árbitros também já arbitraram jogos no estrangeiro, como na Qatar. É uma forma de aprender e de acrescentar ainda mais qualidade à arbitragem nacional”, afirma o vice-presidente da APAF.