Cinco países, seis cidades e 12 startups fazem parte do Startup eXchange Program, que pretende ser uma experiência de troca de conhecimentos. Do Porto foram escolhidas duas empresas para o intercâmbio de 10 semanas: a Vitasensis com a Aalto Venture Garage, em Helsínquia, e a FoodinTech com a CIE-KIT, em Kalsruhe, na Alemanha.

O Startup Exchange dá às startups a oportunidade de usufruirem de condições importante para a internacionalização, como informações sobre o mercado local, programas de mentoring, sessões de coaching e, ainda, reuniões com investidores e potenciais parceiros locais.

Os “primeiros passos” na internacionalização

O Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, UPTEC, é o elo de ligação entre o meio universitário e o meio empresarial e tem como objetivo a promoção de empresas com base na tecnologia e inovação.

Felipe Ávila da Costa, responsável pelo pólo tecnológico, afirma que “o UPTEC esteve envolvido com o Startup eXchange Program desde a sua concetualização, devido ao elevado interesse que as empresas incubadas teriam em utilizar uma plataforma como esta”. O objetivo é permitir que as empresas startups da Universidade do Porto possam “dar os primeiros passos na internacionalização dos seus produtos e serviços”.

Mas esta já não é a primeira parceria desenvolvida pelo UPTEC. “Temos continuamente desenvolvido parcerias internacionais, como é o caso da parceria com o Startup Chile, que permitiu enviar 6 empresas do UPTEC para o Chile durante 6 meses com um investimento total de 240 mil dólares”, explica Felipe Ávila da Costa. Segundo um dos responsáveis do UPTEC, estas experiências permitem às empresas “ganharem visibilidade internacional e competirem com os melhores nas suas áreas”.

Para selecionar a FoodinTech e a Vitasensis para entrarem no projeto, foram utilizados alguns critérios distintivos entre todas as candidatas: potencial de desenvolvimento ecrescimento da empresa ao fazer parte do programa, a afinidade com o país de destino/região e o nível de comprometimento/motivação dos fundadores.

Da Porto para o mundo

O projeto que deu vida à Vitasensis nasceu entre estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Miguel Andrade, promotor do projeto e diretor da empresa, explica que a Vitasensis nasceu da “necessidade de monotorização de pessoas que vivem sozinhas, tipicamente de idade avançada, ainda independentes”. “Desenvolvemos um aparelho que pode andar com as pessoas e que pode assumir diferentes formatos: um relógio, uma pulseira por exemplo”, explica. Miguel Andrade deixa claro que foi através da Universidade do Porto, em particular da UPTEC, que conseguiram os primeiros contactos de mercados interessados na tecnologia da Vitasensis, o que despoletou a criação da empresa e a angariação de investimento.

A participação no Startup eXchange foi uma agradável surpesa, confessa Miguel. O diretor esclarece que já tinham mesmo planeado contactos nos países escandinavos. Miguel explica que “foi com muito agrado que encontramos um programa que para nós foi quase feito à medida”, afirma Miguel.

Já a FoodinTech, que conta com cinco anos de atividade, é uma empresa de software agro-alimentar que desenvolve um conjunto de sistemas de controlo de monotorização de desempenhos, qualidade e segurança alimentar. Miguel Fernandes, mentor do projeto, explica que a empresa surgiu quando teve conhecimento do NeoTec, que apoiava iniciativas do lado tecnológico”. Relativamente ao Startup eXchange, Miguel Fernandes reconhece que depois de terem tomado conhecimento do programa e de executarem a candidatura, estavam “sinceramente à espera de ser selecionados”. “A FoodinTech já tem tecnologias no mercado com uma posição consolidada, o que, de alguma maneira, nos pode fazer ambicionar a internacionalização”, explica.

O responsável da FoodinTech admite que “a Alemanha é um país que nos vai servir de filtro ao verdadeiro potencial das nossas tecnologias”. “É um país altamente industrializado, com uma componente agro-industrial muito forte e isso permite-nos ter a certeza que se vencermos na Alemanha podemos vencer em qualquer país”, remata.

Felipe Ávila da Costa, do UPTEC, espera que as empresas “tirem o máximo proveito desta oportunidade, potenciando ainda mais o crescimento dos seus projetos”. Felipe salienta ainda a vontade de “receber projetos ambiciosos da Alemanha e da Finlândia, de forma a dinamizar ainda mais o ecossistema empreendedor do Porto”. “Por fim, esperamos que o programa seja um sucesso, permitindo a continuação durante os próximos anos”, conclui.