Começou há cinco anos o projeto de intervenção urbana aberto à criatividade dos alunos. O Remake’12, da empresa de Tintas Cin, desafia estudantes universitários a pintarem a sua cidade. Com o cinema como pano de fundo, a marca lançou uma curta-metragem intitulada “Cidade Colorida” para promover a necessidade de reabilitação social de certos espaços.

Das faculdades convidadas a integrar o projeto fazem parte a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, a Universidade Católica do Porto, a Escola Superior de Artes e Design e da Escola Superior Artística do Porto. As propostas destas escolas já pintam algumas das principais artérias lisboetas: muro da avenida de Ceuta, muro da rua José Gomes Ferreira, às Amoreiras, e muro da avenida General Norton de Matos, em Benfica.

Pedro Serapicos, designer e docente na ESAD, afirma que já é um hábito as colaborações da escola com projetos deste género. “Faz todo o sentido que os alunos terem contacto direto com o que pode ser um cliente”, diz.

Depois da escrita e da música nas edições anteriores, a escolha do cinema foi imediata, revela Sónia Moreira, responsável pelo departamento de marketing da empresa. “A arte, em todas as suas formas de expressão, faz parte do DNA e todos os anos temos procurado uma nova forma de a trabalhar e de lhe dar cor, forma e conteúdo” dentro da “arte urbana”, diz.

A partir deste mote, o desafio foi lançado a partir do dia 10 de maio aos alunos de várias faculdades. Na ESAD, foi escolhida uma turma que, após lançado o briefing, se aventurou na “arte urbana”. Após essa fase, “o melhor trabalho foi escolhido através de uma competição interna”, explica o professor.

Mas este ano, para além dos convidados, o desafio é lançado a qualquer pessoa que se queira inscrever e ganhar um espaço na cidade. “Este concurso destina-se a todas as pessoas que queiram fazer parte deste projeto, que amem a cidade e a arte. É aberto a todos, independentemente da localização geográfica, idade ou formação”, afirma Sónia Moreira.

Para participar apenas será necessário aceder à página do Facebook da marca (www.facebook.com/tintascin), visionar a curta-metragem “Cidade Colorida”, e enviar, até dia 4 de junho, um trabalho gráfico inspirado na curta-metragem.

Os trabalhos selecionados pelo júri serão, depois, votados no Facebook por sistema de partilhas. O vencedor do trabalho mais partilhado tem como prémio a exposição do mesmo no muro da avenida General Norton de Matos (Benfica) durante quatro meses. Mais informações podem ser vistas no regulamento.

“O Porto não é uma cidade tão cinzenta quanto o que se diz”

Apesar das faculdades escolhidas serem do Porto e Lisboa, foram os muros da capital os escolhidos para serem coloridos. Pedro Serapicos reconhece que a capital tem feito muitos esforços para desenvolver atividades que animam a cidade, o que não acontece com o Porto. O professor considera que a “granítica” cidade invicta, tão sujeita a “um tempo não soalheiro”, devia ser pintada de outra forma.

“O Porto não é uma cidade tão cinzenta quanto o que se diz, mas poderia ser muito mais colorida do que o que é”, remata o designer. Para o professor, “cabe aos arquitetos, designers e estudantes universitários a missão de a colorir”.

O Porto chegou a hospedar a edição de 2009 do Remake, em que, durante duas semanas, algumas carruagens do metro e autocarros da STCP foram coloridas.