Um rastreio realizado no Porto e em Valongo permitiu concluir que o número de casos de cancro oral aumentou entre os jovens portuenses. O rastreio foi realizado em 2011 com 1.500 pessoas, de todas as idades, e foi promovido na sequência das Jornadas de Medicina Dentária da Cooperativa de Ensino Superior, Politécnico e Universitário (CESPU).

O cancro oral é definido pela Classificação Internacional de Doenças pelo conjunto de tumores malignos que afetam qualquer localização da cavidade oral, dos lábios à garganta. Segundo as conclusões do estudo, a doença afeta os dois sexos, mas tem registado maior crescimento, desde a década de 90, do século passado, entre as mulheres até aos 30 anos de idade.

Luís Monteiro, médico-dentista e docente de Medicina Oral que coordena o estudo, justifica este aumento com o consumo de álcool e tabaco cada vez mais precoce entre os estudantes, o que aumenta a probabilidade de ocorrência da doença. Luís Monteiro aponta também a mudança dos hábitos sexuais dos jovens como um fator de risco, sobretudo o facto de o sexo oral ser um disseminador do vírus do papiloma humano (HPV), que provoca o cancro oral.

Luís Monteiro destaca ainda a importância do diagnóstico precoce, que faz toda a diferença na eficácia do tratamento, com uma taxa de sobrevivência de 80% ao fim de 5 anos.

O estudo vai ser apresentado, esta sexta-feira, no 56.º Congresso Internacional do GIRSO, a realizar em Penafiel.