São vários os projetos inseridos no âmbito de Guimarães – Capital Europeia da Cultura 2012 (CEC) e a Orquestra Sub-21 foi um deles. O projeto nasceu para ser uma orquestra formada por jovens dos 14 aos 21 anos. O período de audições decorreu em fevereiro quando, dos 280 candidatos, foram selecionados 85, considerados os melhores dos melhores.
Em entrevista ao JPN, Vítor Matos, o maestro da orquestra, revela que “a orquestra foi muito bem constituída, pois estavam jovens provenientes de todos os níveis e de todas as escolas e sistemas”, o que foi ao encontro da “essência do projeto” de uma forma “muito bem conseguida”.
De acordo com o maestro, o objetivo inicial da criação da Orquestra Sub-21 passava por “fazer música e tentar reunir os melhores estudantes de música”.
Trabalho “intensivo” mas “produtivo”
A 9 de abril, todos os selecionados iniciaram uma semana composta por ensaios diários. “Os jovens passaram uma semana num trabalho intensivo. Os ensaios eram das 14h30 às 18h00 e, depois, das 21h00 às 23h30”, revela Vítor Matos.
Natália Ribeiro tem 15 anos e toca violino há oito, instrumento que escolheu por ser “muito interessante”. A jovem estudante da Academia de Música Valentim Moreira de Sá foi uma das jovens violinistas selecionadas e revela que o projeto “foi muito motivador” e, apesar de os ensaios terem sido “bastante cansativos, foram muito produtivos”.
A dedicação dos jovens espantou Vítor Matos, que considera que esta experiência foi uma boa oportunidade para os jovens participantes poderam “fazer boa música, conhecer e fazer um reportório sinfónico”.
Natália Ribeiro conta que a participação neste projeto exigiu horas de estudo. “Durante aquela semana foi mesmo só para ter ensaios de orquestra e de naipe, para que tudo ficasse organizado para o concerto final.”
Vítor Matos destaca a “energia” e a “inocência” como características essenciais que se fizeram notar no projeto. “Pensar em demasia leva-nos a fazer a música de uma maneira muito racional e isso não aconteceu com os jovens. Muitas vezes assistíamos, na parte criativa, a coisas completamente surpreendentes”, afirma o maestro.
Dos ensaios ao concerto final
Depois de uma semana intensiva de ensaios, o tão aguardado concerto chegou e, a 15 de abril, o Centro Cultural Vila Flor encheu-se de pessoas que queriam ouvir ao vivo a orquestra jovem. O mesmo aconteceu no dia 16, no Centro Pastoral de Caldas das Taipas.
Para Natália, “o momento mais marcantes desta experiência foi o concerto em Vila Flor”, onde a Orquestra pode mostrar o trabalho realizado ao longo de toda a semana e que “teve um resultado muito bom”.
Vítor Matos acrescenta que a reação do púlico ao concerto “foi fantástica”, o que acabou por se tornar numa “resposta muito positiva ao trabalho que os jovens tiveram durante uma semana”.
Uma vez que a Orquestra Sub-21 teve grande êxito e um “balanço extremamente positivo”, o maestro Vítor Matos adiantou que “o projeto vai continuar, mas ainda está em estudo”.