É já no dia 9 de junho que poderá colar numa parede da rua Miguel Bombarda o que bem lhe apetecer – desde que seja possível. É o projeto internacional Wallpeople, que chega pela segunda vez ao Porto e pretende criar um “mural participativo, onde cada pessoa possa mostrar as suas peças”, diz Ana Sena, da organização.

O conceito é simples: qualquer pessoa que esteja interessada em participar deve desenvolver algo passível de ser colocado numa parede exterior, seja qual for o formato ou a mensagem. No dia, é só aparecer à hora marcada no sítio certo e escolher o local do muro onde quer deixar o seu trabalho. O objetivo é “devolver a arte às ruas e reivindicar o espaço público como meio de expressão e interação”.

No Porto Wallpeople 2012, o tema baseia-se na premissa “Express Yourself” e “as pessoas terão a oportunidade de puxar pela imaginação e trazer qualquer objeto que caracterize aquilo que essa pessoa é e aquilo que ela quer mostrar ao mundo”, diz Vitor Miller, da organização do Porto. Ao contrário dos anos anteriores, em que eram afixadas somente fotografias, este ano as criações são livres: sejam post-its, poemas, pinturas ou desenhos. Fica ao critério de cada um.

Um projeto inédito e irrepetível de que qualquer um pode fazer parte

Este ano, o evento começa às 17h00, na rua Miguel Bombarda, e todos poderão afixar os seus trabalhos até às 18h00. Depois de uma hora de exposição, às 19h00 todos poderão recolher os seus trabalhos – ou o de outras pessoas, de forma a criar ainda mais interação entre os participantes. Ana aconselha a que seja colocado o e-mail no respetivo objeto, caso queira que a pessoa que eventualmente o recolher partilhe o seu parecer.

O projeto nasceu em Barcelona há três anos e, na primeira edição, alastrou-se a 10 cidades. Na segunda edição chegou ao Porto e a Lisboa e a outras 18 cidades. Na Invicta, a iniciativa não atingiu o que era esperado, apesar das cerca de 60 pessoas que afixaram as suas criações na Miguel Bombarda.

Este ano, o Wallpeople regressa a 32 cidades, como Santiago do Chile, São Paulo, Madrid, Bratislava ou Rio de Janeiro. Também Porto e Lisboa não são exceção e, no norte, as expectativas são muito mais elevadas. “Vamos fazer de tudo para que consigamos ter mais participantes e dar continuidade a um evento que, no Porto, ainda é muito jovem”, afirma Vítor. “E ainda tivemos a sorte de ser também o dia das últimas inaugurações das galerias de Miguel Bombarda antes do verão, por isso será com certeza uma grande festa”, conta.

Esta é uma iniciativa para ser encarada como um escape ao stress do dia-a-dia e em que qualquer um pode participar, nem que seja com as fotos do iPhone.