A Grécia enfrenta, nos últimos tempos, uma situação de crise política e económica. Desde as eleições de 6 de maio que o governo não consegue chegar a um acordo. Devido a tal conjuntura, os gregos vão voltar às urnas já no dia 17 de junho. O resultado destas eleições pode decidir o futuro da Grécia como membro da Zona Euro.

As grandes dificuldades pelas quais o país helénico está a passar despertaram a solidariedade de alguns portugueses que decidiram colocar a circular na Internet uma carta aberta, que já obteve a assinatura de mais de 1300 pessoas. “Na Grécia, o povo é quem mais ordena” é o título desta carta aberta. A carta é dirigida aos presidentes do Parlamento Europeu, da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional e requer “o cancelamento das medidas de austeridade” exigidas à Grécia.

Os subscritores dizem que “as tomadas de posição já conhecidas vão no sentido de influenciar e condicionar a liberdade de escolha e decisão dos gregos, ao colocar na agenda política, ao arrepio dos tratados europeus, a sua saída da Zona Euro com todas as consequências daí decorrentes”.

Declarações de Lagarde “incendeiam” as redes sociais

A Grécia está à frente nas políticas de austeridade e tornou-se num presságio para aquilo que pode vir a acontecer aos países da Península Ibérica. A taxa de desemprego grega já ultrapassou os 20% e, entre o jovens com idade inferior a 25 anos, o desemprego passa os 50%.

Em entrevista ao jornal “The Guardian” Christine Lagarde, diretora do Fundo Monetário Internacional, afirmou estar mais preocupada com as crianças de uma pequena aldeia de Níger, em África, do que com o povo grego. “No que respeita a Atenas, penso em toda aquela gente que está sempre a tentar escapar aos impostos”, disse.

Nas redes sociais estas declarações surtiram o seu efeito. Domingo, 27 de maio, utilizadores gregos da rede social Facebook criaram uma página de protesto contra Christine Lagarde. Os criadores da página “Greeks are against Lagarde” demonstram o seu desagrado para com a diretora do FMI e acusam Lagarde de menosprezar o sofrimento do país.

Lagarde tentou justificar as declarações que deu ao jornal britânico, publicando no seu perfil de Facebook que sempre foi “muito compreensiva com o povo grego e com os desafios que enfrentam” e acrescenta ainda que o FMI “está a apoiar a Grécia no seu esforço para superar a atual crise e para voltar ao caminho do crescimento económico, o emprego e a estabilidade”.