A tarde prometia. 400 crianças, trazidas pela Fundação Luís Figo, abriram as portas aos festivaleiros. A julgar pelo volume de pessoas que entravam na Cidade do Rock logo ao início da tarde, previa-se uma enchente.
Na “ementa”, Expensive Soul a abrir o palco Mundo, Boss AC no palco Sunset, Ivete Sangalo, Maroon 5 e Lenny Kravitz. E se os primeiros não entusiasmaram muito o público, o certo é que tiveram à sua espera uma Bela Vista bem composta. Durante a atuação, subiram ao palco diversos atletas da equipa portuguesa presente nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, para cantar com a banda de Leça da Palmeira. Um momento que levou ao rubro quem assistia e esperava pacientemente pelos artistas estrangeiros.
As bandeiras brasileiras que se viam um pouco por todo o lado não enganavam ninguém: Ivete Sangalo, presença obrigatória no Rock in Rio, continua a ser muito querida do público, especialmente do brasileiro. O recinto, no dia em que a brasileira atua, torna-se um pouco mais Rio e menos rock. Vestida de branco e em pose de diva, Ivete Sangalo entrou triunfante e depressa passou a comandar a multidão. Mais do mesmo para alguns, mas o certo é que o público não se importa. Todos querem é saltar e “levantar poeira”.
Seguir-se-ia a estreia por terras lusas de Maroon 5. A banda liderada por Adam Levine foi um dos principais motivos que levou tanta juventude ao festival, como era possível ver pelos braços rabiscados de diversas adolescentes, a fazer juras de amor ao vocalista. Os Maroon 5 não desiludiram e trouxeram à cidade do rock os seus maiores êxitos. Destaque natural para músicas como “Harder to Breathe”, “Stereo Hearts”, “This Love”, “One More Night”, “Jagger” e, a terminar, “She Will Be Loved”.
Pausa para jantar, antes do concerto de Lenny Kravitz, um dos mais esperados desta edição do Rock in Rio. A “hype” à volta do regresso do cantor, que já havia passado pelo mesmo palco em 2008, talvez não tenha ajudado, pois o certo é que, à terceira ou quarta música, o público foi começando a desaparecer. Lenny Kravitz apostou, desta feita, numa setlist mais calma e melodiosa, onde imperavam os improvisos instrumentais, que deixaram o público do Rock in Rio, já cansado, impaciente.
O ponto alto da noite aconteceria já no final, com “Where Are We Running”, “Fly Away” e “Are You Gonna Go My Way” de “rajada”, a acordar quem ainda assistia. Se o concerto tivesse acabado por aí, talvez a memória de quem assistiu tivesse sido mais abonatória para Lenny Kravitz. Mas o cantor insistiu no encore, com uma versão de “Let Love Rule” que pareceu durar eternidades (e com direito a diversos mergulhos no público, já ansioso por ir embora).
Feitas as contas, passaram pela Bela Vista nesta sexta-feira 74 mil pessoas. A festa continua sábado com The Gift, Joss Stone, Bryan Adams e Stevie Wonder a preencher o palco principal.