Sol, calor, t-shirts e calções. A indumentária para o primeiro dia de Optimus Primavera Sound no Porto estava escolhida, já que São Pedro facilitou a vida a todos os que rumaram à primeira edição do festival fora de Barcelona.

Com um cenário verdejante, o Parque da Cidade recebeu mais de 20 mil festivaleiros que não quiseram perder nenhum acorde do primeiro dia do festival eco-friendly. O dia começou às 17h00, quando os Stopestra subiram ao palco para um concerto eletrizante e que fez disparar os níveis de adrenalina dos festivaleiros. A orquestra, composta por dezenas de integrantes, trouxe bateristas de tronco nu, vocalistas com perucas garridas e muita energia positiva. Ninguém ficou indiferente ao som dos Stopestra e quem encabeçava as primeiras filas em frente ao palco dançava ao ritmo frenético do coletivo portuense.

Enquanto a organização entregava mantas aos festivaleiros, o espanhol Biggot subiu ao palco à hora marcada. A certa altura, o conselho do dia era “dance if you want to, love if you feel blue”. E foi o que aconteceu. Bem-disposto, sorridente e com passos de dança diferentes do habitual (ainda que bem contagiantes), Borja Laudó pôs toda a gente a dançar e só parou na altura de dizer “adiós” a terras portuguesas.

Indie para todos os gostos

Com o espírito e o corpo bem aquecidos, chega a hora dos festivaleiros assistirem a um dos concertos mais intimistas do Primavera Sound. Com uma guitarra e uma harmónica, Atlas Sound lembra-nos que adora o Porto e não hesita em dizer que a Invicta é a “cidade mais bonita do mundo”. Um espetáculo que serviu para abrandar ritmos cardíacos e que inspirou confiança a todos os que não conheciam o trabalho a solo do vocalista dos Deerhunter.

Entre sorrisos, indumentárias frescas e energia positiva, Yann Tiersen subiu ao palco e trouxe consigo a chuva (ainda que só por alguns minutos). Ainda assim, ninguém dispersou e este “casamento” (entre artista e público) foi mesmo “abençoado”. Um concerto que deixou os fãs ainda mais rendidos ao talento do artista francês.

Já com a noite a brindar os festivaleiros, os The Drums trouxeram sonoridades quentes e a frescura da praia. A banda trouxe o álbum “Portamento” até ao festival e tocou todos os êxitos quase em simultâneo. Mas a verdade é que (praticamente) todos o temas da banda são um sucesso e são poucos os que não têm as letras das músicas na ponta da língua. Um concerto bem conseguido e que deixou tudo e todos com um sorriso nos lábios.

E eis que está na altura de receber os veteranos Suede. Depois de uma longa paragem, os britânicos liderados por Brett Anderson trouxeram todos os clássicos da banda num concerto que não abrandou o ritmo alucinante do primeiro ao último segundo. Temas como “Trash” ou (o mais do que conhecido) “Beautiful Ones” foram entoados a uma só voz pelo público.

Rock & roll para todos os gostos

Com os níveis de energia no máximo, a noite ainda tinha reservada mais dois concertos. À meia-noite, os Mercury Rev subiram ao palco com uma garrafa de vinho tinto e com muita energia para gastar. Ainda que o público estivesse, na sua grande maioria, sentado no relvado a assistir à conjugação entre a música e as luzes, a banda de Jonathan Donahue “puxou” pelos temas quase até à “exaustão”: um trabalho bem conseguido e que contagiou os mais atentos.

Para o fecho do primeiro dia, os The Rapture subiram ao palco com vontade de “exterminar” as últimas doses de energia que ainda restavam nos corpos dos festivaleiros. Com muito rock & roll à mistura, a banda levou o público numa viagem frenética. Com braços no ar e coreografias arrojadas, o público acompanhou a energia e as batidas até ao último momento.

O Primavera Sound continua hoje, com muita festa, ao som de M83, Neon Indian, Beach House e Black Lips.