Era calmo o ambiente que se fazia sentir no recinto do Positive Vibes quando as portas abriram para o segundo e último dia do festival. Tudo de acordo com o espírito reggae e dance hall, as portas abriram às 17h00 para os que já estavam “acampados” desde o dia anterior e, também, para os que só foram ao festival ontem, para ver os concertos de Emir Kusturica, Natiruts e dos Souls Of Fire.

Com um inicío de tarde muito calmo, a praia do Areeinho ía-se enchendo aos poucos. Depois de um workshop de dance hall que não contou com muita adesão, houve animação reggae onde o público continuava tímido. Às 20h00 começaram a sentir-se vibrações mais positivas, com a palestra dada pelo Márcio e o Rato dos Souls Of Fire, o Manager de Richie Campbell e Luís Maurício, o fundador dos Natiruts.

“A música tem um papel fundamental na concepção que as pessoas têm sobre o país, tanto a nível económico como político”, disse o brasileiro dos Natiruts.

Já o manager de Richie Campbell explicou um pouco a história do reggae e a sua expressão em Portugal. “O reggae está associado a uma cultura emigrante”, disse, acrescentando que em Portugal a cultura musical oriunda da Jamaica “teve uma explosão muito tardia”.

Já os membros dos Souls Of Fire defendem que “o Reggae anda de mãos dadas com o hip-hop, no sentido de intervenção social”.

No palco

No fim da palestra a concentração do público passou para o palco do festival. Já eram alguns os que marcavam lugar na fila da frente desde que as portas tinham aberto. Agora juntava-se um público de “gente jovem”, calma, e à espera de Souls Of Fire, que foram os primeiros a pisar o palco da segunda noite do festival. A loucura começava a aumentar e as vibrações eram positivas. Como sempre, a banda de reggae portuguesa e da cidade que acolheu o festival, esteve com o “power” característico da cultura que cantam.

Depois foi a vez dos Natiruts subirem ao palco. Os brasileiros foram recebidos de forma carinhosa pelo público que foi ao festival para os ver. “Sorri, Sou Rei” foi uma das músicas mais cantadas pelo público.

O sérvio Emir Kusturica foi o seguinte a animar a noite que chegava ao fim. Aí a loucura já era mais notória e o cansaço não impedia a diversão. Embora os movimentos de anca de alguns grupos do público tivessem ficado de parte com este estilo de gypsy rock muito próprio, característico do cantar e cineasta, a animação não faltou e a energia atingiu picos bem saudáveis.

Assim terminou o Positive Vibes, festival de dois dias dedicados à cultura reggae e dance hall, cheio de “peace”, “love” e muito som jamaicano.