Para a tarde do próximo sábado, dia 30 de junho, está convocada a Manifestação pelo Direito ao Trabalho. O protesto espalha-se por quatro cidades portuguesas: Lisboa, Porto, Braga e Coimbra. Com início previsto para as 15h00, o percurso portuense será entre as praças da Batalha e de D. João I.

A organização está a cabo do Movimento Sem Emprego. Este movimento, iniciado em março passado, é formado por pessoas de todo o país “que estão numa situação de desemprego, precariedade e sub-emprego”, como explica Ana Rajado, uma das responsáveis do MSE.

“Lutar pelo direito ao trabalho, pelo fim da criminalização dos trabalhadores desempregados, lutar pelo pleno emprego” são as palavras de ação deste movimento que se insurge contra as políticas de austeridade que estão a afetar milhões de portugueses.

No seu manifesto o MSE condena o “caminho autodestrutivo” que Portugal está a seguir. “Mais de um milhão de homens e mulheres estão sem emprego. Há cada vez menos emprego com direitos. Ao mesmo tempo, reduzem-se as prestações sociais, dificulta-se o seu acesso e facilita-se a sua retirada”, pode ler-se no manifesto deste protesto.

O Movimento exige o cumprimento do Artigo 23.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, segundo o qual “toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.”

É precisamente contra esta violação que o MSE convoca a manifestação do próximo sábado, baseada na união dos trabalhadores em situação precária. A mobilização está a ser feita de várias formas. O protesto foi marcado num plenário, que decorreu em Lisboa, no início deste mês, organizado pela Plataforma 15 de Outubro.

A descriminação quanto aos desempregadors e as políticas dos partidos que têm ocupado o poder em Portugal são também condenadas pelo Movimento, de acordo com o qual, “porque rejeitam todas estas decisões políticas, e sobretudo porque sentem vivo repúdio por quem lhes destruiu o emprego e ainda os culpa por isso, os desempregados vão sair à rua em todo o país”.

“Isto é um movimento de trabalhadores desempregados numa situação de precariedade”, diz Ana Rajado. “Mas toda esta situação afeta também os trabalhadores ativos e esperamos que toda a gente que esteja contra esta política de austeridade venha manifestar-se”, remata.