Temperaturas agradáveis, uma paisagem de cortar a respiração e preços convidativos: é a receita de sucesso do festival Marés Vivas TMN que este ano celebra dez edições repletas de música e boas vibrações.

Por terras nortenhas já começa a ser tradição rumar à praia do Cabedelo, em Vila Nova de Gaia, para assistir a uma mão cheia de concertos protagonizados por artistas bem conhecidos do público português. E não há limite de idades: dos oito aos 80 (sem grandes exageros literais, atenção), ninguém fica indiferente ao Marés Vivas.

Para este ano, e porque é celebrada a décima edição do festival, a folia e animação são alargadas por mais um dia. Mesmo que o recinto não tenha enchido, a onda festivaleira chegou, e bem, para compôr o espaço na primeira noite de evento com 19 mil festivaleiros ansiosos por uma noite de bons concertos.

Poder rockeiro

E como diz o ditado, “à terceira é de vez”. Mas neste caso, a euforia instalou-se na praia do Cabedelo ao terceiro concerto. Os “culpados”? Os escoceses Franz Ferdinand. Com uma energia contagiante, ninguém ficou indiferente ao poder das guitarras e da voz de Alex Kapranos, com um novo look que fazia lembrar os tempos idos das SS do partido nazi. Sem grandes conversas, a banda arranca coreografias e coros entusiasmados a cada música, principalmente com as músicas dos primeiros álbuns. O que é certo é que ninguém resiste a levantar o pó quando temas como “Take Me Out” ou “This Fire” entoam junto ao Rio Douro. Um concerto repleto de bons momentos e que não desiludiu ninguém. Ficamos à espera de mais uma dose de puro rock & roll à moda dos Franz Ferdinand para breve.

Mas o palco principal começou a agitar a multidão muito antes. Com uma legião de fãs considerável pelo Marés Vivas, os Wolfmother subiram ao palco cheios de energia e mostraram que ainda sabem conquistar os festivaleiros como poucos. Ainda assim, esperava-se mais energia de uma banda que tinha imenso para mostrar. Entre elogios ao público e decibéis potentes que quase destruíam (no mau sentido) os sintetizadores, os australianos liderados por Andrew Stockdale não desiludiram.

Mas foram os suecos The Sounds que abriram o palco principal da décima edição do Marés Vivas. Com um recinto ainda a meio gás, Maja Ivarsson e companhia fizeram-se acompanhar de temas repletos de energia pop. Com muita garra, os suecos puxaram pelo público e pediram muita dança e energia. Um bom concerto para animar os festivaleiros em início de noite.

Palco Moche: Surpresa do primeiro ao último minuto

Em dia de atrasos em todos os concertos, o palco secundário também abriu depois da hora marcada. Com um novo conceito no mínimo arrojado, já que ninguém sabe qual a banda que vai atuar até ao início do concerto, coube aos portuenses The Lazy Faithful abrirem os concertos de mais um Marés Vivas com um concerto a puxar ao lado mais rockeiro da assistência.

Depois de uma primeira boa surpresa, foi a vez de André Indiana e a sua Blues Band subirem ao palco. Com muita energia e boa disposição, o portuense conquistou os milhares de festivaleiros que já estavam pelo recinto e que circulavam com os imensos brindes que iam sendo distribuídos pela zona de restauração.

Depois da primeira noite em que os Franz Ferdinand foram reis e senhores do festival, a praia do Cabedelo acolhe, mais logo, os The Cult, Garbage e os Kaiser Chiefs. Aviso aos festivaleiros: preparem as vozes e as gargantas, está marcada uma viagem no tempo até às décadas de 80 e 90. Ficamos à espera de visuais bem arrojados.