Ao segundo dia de Marés Vivas TMN, as expectativas eram mais do que elevadas. Com um cartaz que “transpirava” energia, o público encheu o recinto e só voltou a casa de madrugada.

25 mil festivaleiros passaram pela praia do Cabedelo, em Vila Nova de Gaia, e renderam-se ao poder dos Kaiser Chiefs. Ricky Wilson e companhia já conhecem os “cantos à casa” mas, ainda assim, não deixaram ninguém indiferente. Do primeiro ao último minuto, o chão ia estremecendo com os pulos frenéticos e descompassados dos festivaleiros que pediam sempre mais. E os Kaiser Chiefs, quais bons samaritanos, “despejaram” toneladas de energia ao longo de todo o concerto. Com novo álbum na bagagem, a banda britânica também tocou os êxitos que fizeram as delícias dos festivaleiros. Mais um bom concerto que fica para a história do Marés Vivas.

E já que falamos em história, está na altura de recuarmos no tempo. Uns minutos antes das 23h30, o nervoso miudinho fazia-se sentir um pouco por todo o lado. Afinal de contas, os Garbage estavam prestes a subir ao palco. Exuberante e com uma presença hipnótica, Shirley Manson entrou em palco de braços abertos e fez as delícias do público. Além dos elogios ao Porto, a vocalista dos Garbage ainda confrontou um festivaleiro que provocou alguma desordem nas primeiras filas do concerto. Aviso à tripulação: ninguém se mete com a Shirley Manson e passa despercebido.

Com um novo trabalho prestes a chegar às lojas, os Garbage trouxeram a Portugal a receita mágica para qualquer concerto: uma pitada de novos temas e uma mão cheia de sucessos. Ainda que seja uma receita mais do que conhecida, o resultado nunca desilude. Os Garbage cumpriram o objetivo: ao longo de mais de uma hora de concerto, todos os festivaleiros regressaram à adolescência e cantaram os temas de uma geração que se quer irreverente.

Revivalismo e rock & roll

Mas a viagem no tempo começou mais cedo. Os The Cult trouxeram todo o “power” rockeiro dos anos 80 até à praia do Cabedelo e atuaram para uma plateia bastante eclética. Pais e filhos vibraram com a energia quase inesgotável do “old tiger” Ian Astbury mas, ainda assim, o concerto não trouxe grandes novidades e as guitarradas foram soando a “mais do mesmo” ao longo de quase todo o concerto.

Mas o momento mais monótono da noite coube aos GUN. Um concerto apático e sem grande energia que não conquistou os festivaleiros que se encontravam pelo recinto. A opção? Circular pela zona de restauração e arrecadar o maior número de brindes (que começa a ser uma espécie de torneio entre os festivaleiros).

Ao final da tarde, coube aos Eleanors e a Slimmy fazerem vibrar o palco secundário. Palavras de ordem nestes dois concertos: energia positiva. Quem se aventurou pelo recinto não ficou desiludido e dançou ao som de mais dois espetáculos sem pré-aviso pelo palco Moche.

Mais logo, a praia do Cabedelo recebe música para todos os gostos e feitios: Ebony Bones, Gogol Bordello e Billy Idol prometem mais uma noite de grandes emoções e nós lá estaremos para comprovar.