As temperaturas subiram. Em Barcelos, centenas de pessoas se concentravam na piscina, enquanto ouviam as proezas destinadas ao segundo dia do Milhões de Festa.

Depois dos concertos de Gnod e Revegeance, Moullinex e Xinobi trouxeram “milhões de boa onda” a quem por lá passava. Aliás, boa onda foi o que mais se sentiu no dia de ontem. Quiseram por os banhistas a dançar e conseguiram: assim também o fez Da Chick, que entrou logo a seguir e antecedeu Bro-x. Uma tarde bem passada, portanto.

Com Corry Berry e Zach Anderson – baterista e baixista dos Radio Moscow – Blues Pills abriram o Palco Milhões para um concerto surpreendente e bom, pelo menos, julgando pela reação eufórica do público. Luger seguiu e quem por lá passou, gostou.

Mas importa reparar no concerto de El Perro del Mar. Era um dos concertos mais aguardados da noite e conquistou. A empatia entre público/ banda foi notória, não fosse o enorme aplauso do público quando Sarah Assbring, a vocalista, se desculpou pedindo para começar de novo uma música. Depois, ninguém a parou. No Milhões dançou-se ao som deste indie pop boa onda.

A vontade de ver Connan Mockansin era tanta que vários festivaleiros ficaram perto do palco durante o concerto de Prinzhorn Dance School. Até que Connan entrou e fez as delícias de quem o ouvia. O recinto encheu para ouvi-lo e era impossível não dançar ao som do psicadelismo do seu pop.

Os portugueses Gala Drop também deixaram os festivaleiros contentes e a dar um pezinho de dança. Weedeater veio logo depois e não foi um concerto para meninos, não. O metal dos norte-americanos propiciou muito headbang, lá isso, com certeza.

O que estragou esta noite que poderia ter sido perfeita foi a atuação de Ghunagangh. Toda a gente sabe que a Lovers gosta de apostar em bandas improváveis (repare-se no caso dos The Shine) que se tornam no hype musical, mas não será o caso de Ghunagang. Numa palavra (citada várias vezes pela dupla): chunga. Muito chunga, na verdade. Entre hits como “põe a sopa na mortalha” e insultos fáceis a Rui Rio, o duo esteve longe de estar à altura do Milhões de Festa. Não terá sido por acaso que parte do público gritava “finalmente!”, “já vão tarde” e coisas semelhantes quando Ghunagangh se despediu.

Salvou a noite Publicist, num concerto mesmo à estilo Milhões de Festa: no meio das pessoas. A bateria colocada entre a multidão que se juntava para ouvir o argentino que permitiu esquecer a desgraça da atuação que o antecedeu e dançar muito.

XXXY foram os últimos a atuar. E fizeram o Milhões dançar até o sol nascer.

O Milhões acaba hoje. Mas ainda há tempo para Alt-j, Red Fang, Memória de Peixe e muitos mais.