A Federação Académica do Porto (FAP) realizou um estudo sobre a ação soial indireta no ensino superior português, cujas conclusões gerais foram apresentadas no Encontro Nacional de Direções Associativas, que se realizou entre 6 e 8 de setembro.

Este relatório, que incide na reflexão sobre a alimentação e o alojamento, faz parte do conjunto de linhas estratégicas traçadas pela FAP até dezembro e permite analisar o desempenho das instituições na conjuntura económica atual e cruzar dados para estudos futuros.

Os dados foram recolhidos através de pesquisa e de contactos efetuados por e-mail e telefone. A indisponibilidade dos administradores e funcionários de alguns serviços de ação social (SAS) para fornecer dados foi um obstáculo. Por isso, só foram considerados 35 institutos de ensino superior e respetivos SAS (15 de ensino público e 20 de institutos politécnicos).

Alimentação

No que respeita à alimentação, este relatório analisa os preços das refeições, o número de unidades alimentares e o número de refeições servidas. Conforme referido acima, não foi possível recolher informações de todas as instituições, sendo o conjunto de resultados incompleto. Ainda assim, os preços são díspares.

O preço mais baixo é praticado pela Escola Superior de Enfermagem de Lisboa – ESEL (2,20 euros). No que diz respeito ao preço mais alto, é praticado por quatro universidades: dos Açores, de Trás-os-Montes e Alto Douro, do Minho e da Madeira, com um preço de 2,45 euros. Em níveis intermédios, são 29% as instituições que praticam o valor de 2,30 euros (incluindo a UP e o IPP) e 46% a 2,40 euros. Em portaria de 2002, o valor recomendado é de 2,425 euros.

Relativamente ao número de refeições servidas, os dados são aproximados e relativos ao ano letivo de 2011/2012, excluindo o mês de agosto. Das 35 instituições, são conhecidos os valores de 26 instituições.

No que diz respeito ao total de refeições por dia, a Universidade de Coimbra serve cerca de 6.300 refeições, num universo de mais de 23 mil estudantes. Segue-se o Instituto Politécnico de Lisboa e a UP, com 4250 e 4000 refeições servidas por dia, respetivamente. Nos últimos lugares da tabela dos valores disponibilizados, está a ESEL, a Universidade dos Açores e o Instituto Politécnico do Cávado e Ave, com menos de 500 refeições por dia.

Os autores do estudo referem que “aumentar a abrangência das instituições que possibilitam o acesso ao jantar e às refeições de fim de semana parece ser uma dimensão a ter em conta, dada a progressiva redução do orçamento familiar”.

Na totalidade das instituições, os bares existem em maior número comparado com o número de cantinas (53% contra 36). As universidades do Porto e de Aveiro são as que apresentam maior número de ofertas alimentares. Por seu lado, o Instituto Politécnico de Setúbal, a Universidade do Algarve e a ESEL apresentam o menor número.

Alojamento

No que concerne ao alojamento, reflete-se sobre o número de unidades de alojamento disponíveis em cada instituição, bem como o número de camas e o preço do alojamento, com particular enfoque para as diferenças entre estudantes bolseiros e não-bolseiros. Para este estudo, considerou-se apenas o preço mais baixo relativo ao alojamento para cada uma das modalidades, não distinguindo o tipo de quartos ou a posse de casa de banho privativa.

No que diz respeito aos preços de alojamento para os estudantes bolseiros, 28% situa-se entre os 75 e os 95 euros, o mesmo valor da classe seguinte, que vai dos 95 até aos 115 euros. 32% dos preços localizam-se entre os 115 e os 135 euros. Com 4% cada, seguem-se as classes entre os 135-155, 155-175 e 175-195 euros. Apesar disso, o preço mínimo mais abrangente é de cerca de 73 euros, em 82% dos casos.

No caso dos preços a cobrar para alojamento de estudantes não-bolseiros, nota-se dispersão por valores distintos. O valor mínimo é de 75 euros e o valor máximo pode atingir os 190 euros. A maior percentagem (32%) pertence ao intervalo de valores entre 115 e 135 euros.

Ainda sobre os preços praticados, há apenas uma instituição que apresenta uma modalidade para reduzir este valor: caso o estudante efetue o pagamento total do semestre/ano, usufrui de 5% de desconto.

No que toca ao número de residências, na maioria do universo de 28 instituições do ensino superior, a maior parte (25%) tem apenas uma residência. 14% das instituições possuem três residências. Com quatro e nove residências destacam-se 11% das instituições. Estes dados estão relacionados com a dimensão das instituições em termos de número e frequência de estudantes.

O estudo da FAP que incidiu sobre aspetos quantitativos, deixando os qualitativos para outra avaliação, pode ser consultado aqui.