Eram pacientes de plástico, algodão, tecido e outros materiais que vinham debaixo do braço das mais de 600 crianças que invadiram o hospital improvisado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), que decorreu de 15 a 19 de outubro. Dores de barriga, diarreia e febre eram os sintomas mais frequentes, mas os mais criativos também se queixaram de dores na língua, gulodice e até de pequenos acidentes.

Vindos de escolas de vários pontos do norte do país, os “pequeninos” tinham entre três e cinco anos e trouxeram os seus “melhores amigos” peluches e nenucos para serem consultados pelos jovens futuros médicos. Da triagem à nutricionista (numa parceria com os alunos da Faculdade de Nutrição da UP – FCNAUP), passando pelo bloco operatório, muitos bonecos foram tratados, no âmbito da iniciativa “Hospital dos Pequeninos”.

O projeto já vai na 10.ª edição e quer fazer com que os mais pequenos se habituem aos “senhores de bata branca” e aprendam a fazer da ida ao hospital, uma atividade mais agradável. Para além disso, neste hospital em miniatura, ensina-se às crianças, através de jogos e brincadeiras, a importância das vacinas e as principais regras de uma alimentação equilibrada e de uma boa higiene oral. Já os estudantes de Medicina vão aprendendo a comunicar com esta faixa etária tão peculiar, à qual é tão difícil extrair informação.

Este ano, houve ainda algumas novidades. A quarta-feira foi dedicada exclusivamente a crianças com necessidades especiais, e Margarida Cruz, da Associação de Estudantes (AEFMUP) – a responsável pelo evento -, diz ter sido “muito positivo”. Para o ano é, com certeza, para repetir.