Luís e Célia são dois jovens da cidade do Porto que decidiram abraçar uma ideia inovadora de cariz social e desenvolvê-la. O evento Cidadania 2.0, que vai na 3.ª edição, permitiu-lhes o sonho.

Mila é o nome do projeto desenvolvido pelos dois jovens. Consiste na representação de “um mapa onde se assinalam obstáculos para a mobilidade de pessoas que dependem de uma cadeira de rodas para se deslocar”, explica Luís Lago. O projeto pretende ser colaborativo: qualquer pessoa pode participar e introduzir dados. “Mais tarde queremos que o programa seja capaz de traçar trajetos que permitam evitar o maior número de obstáculos possível. Da mesma forma que o Google Maps dá o trajeto de automóvel, transportes públicos ou a pé, este daria apenas o percurso a pé (ou melhor, de cadeira de rodas) que evitasse o maior número de obstáculos assinalados”, resume Luís Lago.

A ideia foi quase instantânea e inconsciente. “Estávamos a trocar ideias de projetos interessantes que podíamos fazer e esta surgiu.” O nome Mila é uma homenagem à tia de Luís Lago, Emília Costa, que em 1988 ganhou uma medalha de bronze nos Jogos Para-Olímpicos de Seul.

O projeto Mila – Mapa de obstáculos para cidadãos com mobilidade reduzida – está a ser desenvolvido no programa Ushahidi, que é uma espécie de plataforma de crowdmapping aberta que permite ir recolhendo dados. Além disso, confirma Luís Lago, “é muito mais simples de editar”, na medida em que os dois jovens, Luís licenciado em Ciências da Comunicação e Célia em Arquitetura, não possuem conhecimentos avançados de programação.

Contudo o Mila, como explica Luís, não é “ainda mais do que uma ideia” e que o trabalho ainda se encontra “aquém do objetivo final.” Por isso esperam com o Cidadania 2.0 conseguir os contactos necessários para desenvolver o programa que irá gerar os percursos que poderão permitir uma maior facilidade de mobilização a todas as pessoas de mobilidade reduzida.

O evento “Cidadania 2.0” decorre a 26 e 27 de outubro em Lisboa, no Forúm Picoas, e a entrada é gratuita.